• Incerteza fiscal joga Ibovespa para baixo e de novo ao nível de 119 mil pontos, apesar de NY

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  • 13/jun 11:28
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    As preocupações com o rumo da política fiscal no Brasil continuam no foco, dificultando o Ibovespa de subir em maio à elevação da maioria das bolsas americanas e do petróleo e do minério de ferro, na China.

    A despeito do recuo firme dos juros dos Treasuries as taxas futuras no Brasil têm volatilidade, reforçando a parcimônia com o fiscal no Brasil.

    A questão política permanece incomodando, observa Raony Rosseti, CEO e fundador da Melver. “O Ibovespa tem passado por efeitos tóxicos de Brasília. O que mexe é a política. A tentativa de o ministro Fernando Haddad de seguir com a medida provisória que limita o uso de PIS/Cofins é uma ideia ruim, que prejudica todo o empresariado. Repercutiu mal e também não foi bem vista a derrubada da MP pelo Congresso, o que sugeriu descumprimento fiscal”, avalia Raony Rosseti, CEO e fundador da Melver. “Primeiro, indica insegurança jurídica e enfraquecimento do ministro da Fazenda”, completa.

    Nem mesmo atenua o reforço do vice-presidente Geraldo Alckmin feito há pouco. “Quero destacar o compromisso absoluto do presidente Lula com questão fiscal”, disse.

    Welliam Wang, gestor de renda variável da AZ Quest, corrobora com a ideia de que o fiscal tem sido limitador a um avanço do Ibovespa recentemente, além da incerta com a política monetária americana. “O mercado tem muita incerteza quanto ao que será o orçamento para o ano q vem dada a sua rigidez”, diz, destacando que antes o plano fiscal era baseado em aumento de receitas e não de despesas. “Acabou provando-se muito desafiador”, afirma Wang.

    Nos EUA, hoje foi divulgado mais um indicador a sustentar apostas de algum corte dos juros neste ano pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O índice de preços no atacado caiu 0,2% em maio ante abril, na comparação com previsão de alta de 0,1%.

    Ontem, o Índice Bovespa fechou em baixa de 1,40%, aos 119.936,02 pontos, refletindo a percepção de enfraquecimento de Haddad, após o Congresso recusar a medida provisória criada pelo governo para restringir o uso de créditos tributários por parte de empresas. A decisão representa uma derrota ao ministro. Agora, o Congresso tenta encontrar meios para apaziguar a situação após o imbróglio no âmbito do PIS/Cofins.

    Por ora, conforme apurou o Broadcast, as medidas que vão ser propostas pelo Senado Federal para compensar a desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam e de municípios são “inócuas”., de acordo com fontes da equipe econômica consultadas pela reportagem. Uma das fontes chegou a avaliar o cardápio como “inútil”.

    Para Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, mais preocupante do que este tema é a dinâmica fiscal em si, com a falta de apoio às agendas que busquem atacar a trajetória das despesas.

    “Ontem, declarações do presidente Lula e da ministra Simone Tebet não ajudaram, reforçando a cautela. O enfraquecimento político do ministro Haddad também fica no radar, sendo um ponto a mais de preocupação nos mercados. Com isso, mesmo que os ativos possam aparar alguns excessos, o clima local tende a permanecer defensivo”, afirma o economista da Tendências.

    Ao mesmo tempo, as vendas do varejo abaixo do esperado ficam no radar. As vendas do comércio varejista no conceito restrito subiram 0,9% em abril ante março. O aumento ficou abaixo da mediana das estimativas (-0,5% a alta de 3,8%) colhidas pelo Projeções Broadcast, que apontava expansão de 1,6%.

    Às 11h15, o Ibovespa caía 0,51%, aos 119.325,34 pontos, na mínima, ante alta de 0,24%, com máxima de 120.222,24 pontos. Vale subia 0,50% mas Petrobrás recuava entre 1,81% (PN) e -1,47% (ON).

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