• Incêndio no Parque Nacional é ameaça à espécies da fauna e flora em risco de extinção

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  • 11/08/2020 08:10

    Em duas semanas, Petrópolis perdeu quase 1 mil hectares de vegetação. Incêndios em áreas de preservação estão causando estragos que podem nunca mais serem reparados. O fogo que atingiu o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) nos últimos quatro dias, destruiu o equivalente a 300 campos de futebol, uma perda inestimável para a fauna e flora da unidade, assim como o incêndio que destruiu 673 hectares na Reserva Estadual de Araras (Rebio Araras) na última semana.

    Jorge Nascimento, analista ambiental do ICMBio explica que a parte onde o incêndio atingiu, nos Campos de Altitude, há espécies de vegetação nativas que pegam fogo com muita facilidade, o fogo avançou rápido e, por isso, foi difícil de controlar. As chamas atingiram áreas onde vivem espécies ameaçadas de extinção como a ave saudade-de-asas-cinzas (Lipaugus condita) e uma rara espécie de bambu, Graziophyton mirabile, que tem em poucas regiões do estado do Rio de Janeiro. 

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    Após quatro dias, as equipes que compõe a força-tarefa de trabalho no combate conseguiram controlar o incêndio e iniciam neste sábado a operação de rescaldo. O gerente de fogo do Parnaso, Gabriel Cattan, integrou as equipes desde o primeiro dia, e contou sobre as dificuldades que os combatentes enfrentaram na montanha. 

    “É uma situação muito desgastante. O calor uma irradiação intensa que te desidrata, um relevo muito hostil, uma inclinação muito alta. E fizemos esse combate o dia (04) inteiro, lá pelas 10h30 comecei a sentir cãibra no antebraço por bater com abafador por horas. E uma vegetação onde tem um capim é muito alto em que você precisa fazer muita força para apagar a linha de fogo que esta nessa vegetação. E terminamos dia absolutamente esgotados, mas conseguimos salvar o abrigo junto com o apoio do Ibama, Prefeitura de Petrópolis, Inea… Foi uma junção de órgãos diferentes que fez um trabalho incrível. Sem toda união e essa força esse fogo teria continuado pela parte alta do parque e estaria em uma situação muito fora de controle”, contou.

    Criado em 1939, o Parnaso é o terceiro parque mais antigo do país. Também é responsável por proteger os mananciais que drenam para as duas principais bacias hidrográficas fluminenses, a do Paraíba do Sul e a da Baía de Guanabara. Além disso, é a unidade de conservação federal com o maior número de pesquisas autorizadas no país. 

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    Em maio deste ano, com o parque fechado para a visitação por causa da pandemia, pesquisadores do projeto de monitoramento de mamíferos do Parnaso divulgaram imagens de registros de passeios de animais silvestres em trilhas comumente utilizadas pelo público. Foram feitos registros de cachorro do mato (Cerdocyon thous), gato do mato pequeno (Leopardus guttulus), onça parda (Puma concolor), irara (Eira barbara), furão (Galicitis cuja), tatu (Dasypus sp.) e paca (Cuniculus paca). Os flagrantes das caminhadas foram feitos em seis trilhas diferentes da sede Teresópolis. Também tiveram registros de mamíferos menores, como esquilos e pequenos marsupiais, e aves diversas.

     

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