Um ano e três meses depois, o incêndio de grandes proporções que atingiu a garagem das empresas Petro Ita e Cascatinha segue sem respostas. Em contato com a equipe da Tribuna, a Polícia Civil ressaltou novamente que as investigações prosseguem para identificar os responsáveis pelas chamas e não informou uma previsão para a conclusão das investigações. Na ocasião, o incêndio atingiu 78 veículos das viações e uma pessoa ficou ferida.
De acordo com a perícia contratada pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), no ano passado, foram encontrados sinais de que o incêndio foi intencional. O laudo ressaltava que os indícios apontavam a causa do ocorrido como “uma ação pessoal direta, caracterizada por uma ação intencional de atear fogo ou incendiarismo.”
De acordo com o laudo, relacionando o sentido de propagação das chamas e distância dos focos de incêndio em diferentes pontos da garagem, ficou evidenciado que não havia interligação das chamas entre os setores, o que caracteriza “ausência de nexo causal entre os focos, indicando, segundo a NFPA 921, uma ação pessoal direta, caracterizada por ato de incendiarismo.”
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O documento também rechaça a possibilidade de curto-circuito e fenômenos da natureza como possíveis causas para as chamas, embora alguns veículos tenham entrado em curto-circuito e um cabo elétrico tenha sido encontrado próximo à rampa. A perícia apontou que os fatos foram secundários e causados pelo próprio incêndio.
Mudança de linhas
Desde então, com a sequência de problemas envolvendo as duas empresas, algumas mudanças foram anunciadas em relação às duas viações. Em maio deste ano, uma semana após o incêndio na garagem das empresas completar um ano, o município anunciou a caducidade e anulação do contrato com a Cascatinha.
Com isso, as linhas operadas pela viação no corredor do Quarteirão Brasileiro e Retiro passaram a ser operadas pela Turp Transporte. Já as linhas da Estrada da Saudade foram assumidas pela Cidade das Hortênsias. A medida ocorre até que um novo processo licitatório seja realizado.
Já no mês passado, a Cidade Real assumiu as linhas do Morin, Alto da Serra e Meio da Serra, antes operadas pela Petro Ita. Com o decreto, que estabelece a caducidade do antigo contrato, o município também determinou a antecipação do edital de licitação para todas as linhas da Petro Ita, cujo contrato venceria apenas em 2025.
Linhas serão operadas de “forma precária e temporária”
No entanto, apesar do Governo Municipal anunciar a mudança na operação de algumas linhas da Petro Ita, em decreto publicado no Diário Oficial do município do dia 19 de julho, a Prefeitura admitiu que as linhas que ainda estão sob responsabilidade da empresa serão operadas de “forma precária e temporária”.
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Os decretos apontavam que a Petro Ita tinha permissão para operar 77 linhas. Destas, 24 foram transferidas para a Cidade Real e 53 permanecem como antes, nas regiões da Castelânea, Quitandinha e Independência, por exemplo. Ou seja, a mudança contemplou apenas 31,2% da operação.