In Memoriam de Francisco Quixaba Sobrinho
A Academia Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni que em 15 de agosto do ano em curso completará 39 primaveras de sua fundação, ora presidida pelas competentes mãos e notável saber da amiga e confreira Júlia Gouvêa Schaefer e prestigiosa diretoria a quem peço licença para reviver a Sessão Solene de Posse Acadêmica do Poeta e Professor Francisco Quixaba Sobrinho e Abertura do Ano Acadêmico, às 19 hs do dia 27 de Março de 2010, no Palácio Quitandinha. O novel Acadêmico era titular da Academia Internacional de Letras do Rio de Janeiro, e da Academia Duquecaxiense de Letras, Professor Universitário de Direito Administrativo e Direito Tributário. Era Cidadão Honorário de Duque de Caxias e Cidadão Honorário da cidade do Rio de Janeiro. Editou Vida com Atalhos, biografia – Introdução ao Direito do Trabalho – Ed Forense, Introdução ao Direito Administrativo – Ed Forense, Momentos Poéticos, A Conquista da Mulher na Sociedade, Antologia e Comentários sobre as Academias de Letras do Brasil, dentre outros. Ele elegeu Petrópolis e delafezseu porto seguro onde residiu por quatro décadas em busca de qualidade de vida para si e os seus, nela sedimentando seu paraíso cultural e familiar. Faleceu em 22-11-2012 aos 88 anos nesta cidade. Francisco Quixaba nasceu em 28 de março de 1924 e era natural do Rio Grande do Norte. Em obstinado e diuturno trabalho, cavou rochas e fincou raízes na solidez de seus propósitos e dignificante obra. Comprovou-nos as palavras pontificadas em Deuteronômio que dizem “Os sábios refulgirão como o esplendor do firmamento e os que ensinaram a muitos a justiça, brilharão como estrelas para sempre.” Francisco Quixaba Sobrinho, conheceu a pobreza, entremeada às dificuldades do árido Sertão, vendendo bananas pelas ruas de Natal, a bem da verdade, sem eira, nem beira e desprovido de perspectivas de um futuro condigno. Francisco Quixaba aos dezesseis anos não sabia ler nem escrever tendo sido alfabetizado tão somente a partir do alistamento militar. Não diz o ditado “que o homem põe e Deus dispõe?” Pois é. Não estavam nos planos de Deus, que o outrora menino, continuasse a ter seus pés a esvaírem-se em sangue e a pele castigada em pleno sol a pino. E Francisco seguiu à risca as palavras do Imperador Cesar, desde os tempos de Roma, quando ao final da batalha, disse: “vim, vi e venci”. Foi um exemplo a ser comparado a estadistas e grandes vultos que venceram obstáculos e lograram alcançar posições das mais nobres e nas diversas searas da atividade humana. Rememoro a Ministra Marina Silva e reverencio os intelectuais Austregésilo de Athayde e Barbosa Lima Sobrinho, vultos do cenário cultural brasileiro, coincidentemente amigos do novel empossando que, no limiar de suas vidas experimentaram idênticas adversidades e subiram ao podium do reconhecimento e consagração pública. Presidente John Fitzgerald Kennedy: “O pessimista senta-se e lastima, o otimista levanta-se e age”. É, pois, amigos uma síntese desse extraordinário Homem das lides do Direito, das Letras, do Magistério, do Funcionalismo Público e da Poesia, que viveu diuturnamente a nos provar que nenhum esforço humano é estéril, nenhum esforço humano é inútil. Ele nos reanimou a prosseguirmos em nossa missão de servir, seguindo os ensinamentos Divinos e os exemplos desta ínclita Instituição, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. E o catedrático Francisco Quixaba driblou o destino e construiu ao longo da existência, não somente um invejável, rico e vasto curriculum, mercê de muita luta e denodo. No magistério, tanto o corpo docente quanto o discente são unânimes em tecer rasgados encômios à privilegiada inteligência e cultura do Dr. Quixaba. Dedicou-se com idêntica competência à advocacia, lutando sem receio pelo primado da Justiça, pugnando pelo cumprimento da Carta Magna do País e pelo respeito à Lei e pelo bem comum, estando sempre ciente de que a advocacia é mais que uma profissão, é um legado Divino, que o Advogado é indispensável à administração da justiça, na defesa do estado democrático de Direito, da moralidade pública e da paz, e soube honrar os luminares do Direito como a exemplo o inolvidável Piero Calamandrei quando disse: “Para encontrar a justiça é preciso ser-lhe fiel. Como todas as divindades, só se manifesta aos que nela creem”. Queridos Amigos que comigo fizeram um retrospecto de alguns fragmentos da bela e devotada trajetória do Mestre, Advogado, poeta, pensador, humanista, orador e bela Criatura Francisco Quixaba Sobrinho. Peço-lhes licença para fechar os faustos de tão comovente história. Esta Arcádia Cultural ao receber em seus umbrais Francisco Quixaba Sobrinho inscreveu em ouro, mais uma de suas páginas em sua escalada, assinalando o nome desse ilustre brasileiro, digno, reto, íntegro e querido, todo feito em generosidade, nos anais da imortalidade Acadêmica. Dr. Francisco Quixaba, ninguém melhor que Sua. Exa. para merecer as palavras prescritas por São Paulo, em II Timóteo, capítulo 4, versículo 7, quando disse: “Bonum certamen certavi, fidem cervavi, cursum consumavi” ou seja “combati o bom combate, cumpri o meu dever e não perdi a fé”.