Iguatemi registra lucro líquido de R$ 107,5 mi no 1º trimestre, avanço de 32,6% em um ano
A Iguatemi reportou lucro líquido de R$ 107,5 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 32,6% em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira, 29. O lucro no critério ajustado (que exclui efeitos contábeis na linearização dos aluguéis e do mecanismo de swap de ações) atingiu R$ 113,9 milhões, expansão de 5,1% na mesma base de comparação anual.
O aumento no lucro da companhia está relacionado ao avanço da receita líquida com a locação de espaços a lojistas, estacionamento e administração dos shoppings. A empresa comprou, ano passado, o shopping RioSul, que ajudou a impulsionar os resultados. O balanço da Iguatemi ainda não inclui as participações adicionais nos shoppings Higienópolis e Paulista, cujas aquisições foram concluídas neste mês.
“Os resultados neste começo de ano foram ótimos”, afirmou o vice-presidente Financeiro da Iguatemi, Guido Oliveira. “Tivemos um crescimento relevante das vendas nos shoppings e aumento do lucro a despeito da subida dos juros no País”.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 244,3 milhões, crescimento de 8,5%. A margem Ebitda ficou estável em 74%.
O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) ajustado chegou a R$ 138,5 milhões, queda de 9,9%. A margem FFO foi a 42,0%, retração de 8,6 pontos porcentuais.
A receita líquida do grupo totalizou R$ 315 milhões, expansão de 11,4%, enquanto a receita ajustada bateu em R$ 330 milhões, alta de 8,5%.
A receita de aluguel de espaços aos lojistas (composta por aluguel mínimo, porcentual e locações temporárias) teve crescimento de 5,5%, para R$ 250 milhões, o que foi ajudado pelo aumento na ocupação dos shoppings e pelos reajustes nos contratos.
A receita de estacionamento subiu 12,7%, para R$ 60 milhões, com aumento no fluxo de veículos e subidas de preços. E a receita de administração cresceu 26,2%, para R$ 19,2 milhões, com a incorporação do shopping RioSul.
As despesas administrativas aumentaram 27,1%, para R$ 35,8 milhões.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma despesa de R$ 79 milhões, que foi 34% maior na comparação anual, influenciada pela elevação dos juros no País. A linha de ‘impostos e descontos’ aumentou 71,4%, para R$ 71,4 milhões.
A Iguatemi encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida de R$ 1,840 bilhão e alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda anualizado) de 1,76 vez – nível dentro da orientação da empresa, que é ficar abaixo de 2,0 vezes.
Dados operacionais
As vendas totais nos 16 shoppings em que a Iguatemi detém participação atingiram R$ 5 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 17% na comparação com o mesmo período de 2024. O crescimento nas vendas refletiu o aumento na ocupação dos shoppings e o trabalho da administração para melhorar o mix de lojistas. Em abril, as vendas permaneceram em alta, com crescimento na faixa de 15%.
A ocupação dos shoppings passou de 94,1% no início do ano passado para 96,6% no começo deste ano. A ocupação é uma das mais altas já registradas pela Iguatemi em um primeiro trimestre. O custo de ocupação para os lojistas (medido como porcentual das vendas) teve redução de 12,5% para 11,8% no período. A inadimplência líquida dos lojistas baixou de 2,1% no início do ano passado para 1,4% no começo deste ano.
As vendas no critério mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) subiram 6,3% no período, enquanto os aluguéis nas mesmas lojas cresceram 5,4%. A companhia reportou leasing spreads de 8,9%. Este indicador mede a diferença entre os valores dos novos contratos de locação de lojas em relação aos antigos, nos casos de renovação ou substituição de lojistas. Ou seja, a empresa tem subido os preços dos aluguéis nos novos negócios.
O vice-presidente da Iguatemi afirmou que o foco da companhia neste ano será a integração dos shoppings que foram adquiridos recentemente, bem como o avanço nos projetos já anunciados de expansão dos empreendimentos. A expectativa é iniciar por volta de junho a obra de expansão do shopping Brasília, e em seguida, a do MarketPlace, em São Paulo. “O nosso foco é o ciclo de expansão e otimização do portfólio”, frisou Oliveira. Segundo ele, não há mais transações em vista. “O que tinha para comprar e para vender já foi feito”.
Desde março, a Iguatemi trocou a presidência, com a saída de Cristina Betts e a posse de Ciro Neto. “A Cristina teve uma importância bastante grande na recuperação da companhia após a pandemia, e o Ciro trabalhou no aumento da ocupação dos shoppings. Foi uma transição tranquila, com pessoas que têm muito tempo de casa. Não vai mudar nada na gestão”, afirmou o executivo.