• IGP-10 de fevereiro acelera a 2,97% ante alta de 1,33% em janeiro, diz FGV

  • 12/02/2021 09:08
    Por Mariana Durão / Estadão

    O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 2,97% em fevereiro, após ter aumentado 1,33% em janeiro, anunciou nesta sexta-feira, 12, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de janeiro, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram alta de 3,90% no mês, ante uma elevação de 1,60% em janeiro. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram aumento de 0,35% em fevereiro, após o avanço de 0,59% em janeiro. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve alta de 0,98% em fevereiro, após subir 0,76% em janeiro.

    O IGP-10 acumulou um aumento de 4,35% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 28,17%. A taxa é a maior para um mês desde junho de 2003, quando o acumulado em 12 meses resultou em alta de 29,66%. O período de coleta de preços para o indicador de fevereiro foi do dia 11 de janeiro a 10 deste mês.

    O recuo no preço da energia elétrica residencial ajudou a desacelerar a inflação ao consumidor dentro do IGP-10 de fevereiro. Dentro do IPC-10, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Habitação (1,41% para -0,75%). A tarifa de eletricidade residencial, saiu de 5,17% para -4,90% na passagem de janeiro para fevereiro.

    Também tiveram recuo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (1,42% para 0,71%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,17%), Vestuário (1,00% para 0,14%) e Despesas Diversas (0,36% para 0,26%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: frutas (7,85% para 2,25%), artigos de higiene e cuidado pessoal (1,06% para -0,35%), roupas (1,04% para -0,02%) e serviços bancários (0,23% para 0,12%).

    Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-2,84% para 1,33%), Transportes (0,64% para 1,09%) e Comunicação (-0,02% para 0,03%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. As maiores influências partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-27,93% para -4,58%), gasolina (1,20% para 3,21%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,00% para 0,20%).

    IPAs

    Os preços agropecuários mensurados pelo IPA Agrícola subiram 4,78% no atacado em fevereiro, após uma queda de 3,89% em janeiro, informou a FGV. Já os preços dos produtos industriais, medidos pelo IPA Industrial, tiveram alta de 3,54% este mês, após avanço de 4,02% em janeiro.

    Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram alta de 0,90% em fevereiro, ante uma elevação de 1,24% em janeiro.

    Os preços dos bens intermediários subiram 3,90% em fevereiro, após alta de 1,90% no mês passado. Já os preços das matérias-primas brutas saltaram 6,23% em fevereiro, depois de uma elevação de 1,64% em janeiro.

    Atacado

    Os preços no atacado seguiram influenciando fortemente a inflação medida pelo IGP-10, com as pressões antes concentradas em matérias-primas brutas agora se espalhando entre os bens intermediários. Em fevereiro, o destaque altista foi o preço da soja, que saltou de 9,42% ante um recuo de 10,45% na apuração anterior. Por outro lado, ajudaram a conter a inflação itens como minério de ferro, leite in natura e aves.

    “No estágio intermediário, chama atenção o comportamento dos preços dos fertilizantes com alta de 10,74%, depois de registrar queda de 1% em janeiro”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

    Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais recuaram de 1,24% em janeiro para 0,90% este mês. De acordo com a FGV, a principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 4,99% para -3,95%.

    Dentro da taxa do grupo Bens Intermediários, que subiu de 1,90% em janeiro para 3,90% neste mês, a FGV destaca que a principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,97% para 3,83%.

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