• Ignorância e mentira serial

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  • 09/05/2016 08:00

    Ainda me lembro bem de uma frase que estudantes dos meus tempos na Universidade da Pensilvânia (1977-1980) ostentavam no peito pelo campus: “If you think that education is expensive, try ignorance.” Ou seja: “Se você pensa que educar-se é caro, tente a ignorância”. Entre americanos, existe clara noção de que educação de qualidade é dispendiosa. Eu, por exemplo, tomei um susto quando, na reitoria da universidade, tive a oportunidade de tomar conhecimento das contas da instituição estampadas nas paredes do hall de entrada. Eu já sabia, na época, que, somando tudo, a despesa média mensal de um estudante lá era de cerca de dois mil dólares. Só não sabia que o custo médio por aluno para a universidade era em torno de quatro mil. Simplesmente o dobro. A diferença era coberta por bolsas de estudo e do saudável hábito americano de ex-alunos fazerem polpudas doações às instituições em que estudaram.

    A primeira reação nossa é tomar a coisa pelo lado puramente financeiro.

     Esta é apenas meia verdade. Se tomarmos como medida o longo tempo exigido dos professores para que seus alunos tenham bom desempenho, fica evidente como é cara uma educação de qualidade. Afinal, tempo é dinheiro. Dona Ruth Cardoso, mulher de FHC, dizia que ou se dava uma educação de qualidade, ou era preferível só oferecê-la quando fosse possível garantir a qualidade. Exatamente o que não se fez no Brasil, em especial nos últimos 13 anos petistas, em que a medida era simplesmente quantitativa, ou seja, o número crescente de estudantes cursando universidades. O tamanho do desastre pode ser medido pelo fato de 38% do(a)s universitário(a)s brasileiro(a)s serem funcionalmente analfabetos. Gente que não aprendeu a pensar, mesmo!

    Neste momento, me lembro de uma declaração do excelente ator Lima Duarte, afirmando que o que mais o irritava no Lula era glamourizar a ignorância. Aquele autoelogio tão comum nele quando se vangloriava de não ter estudado e ter conseguido chegar à presidência da república. Foi justamente por sua brutal falha em se aprimorar, como tantos fizeram, até mesmo como autodidatas, que o levou a confundir quantidade com qualidade. 

    Lula, hoje, lá no fundo, deve se arrepender amargamente de não ter-se preparado devidamente para chegar aonde chegou. Se fosse apenas um empresário que tivesse levado a própria empresa à falência, o estrago teria sido pontual, e não o desastre monumental que afetou todo o País. Saltou aos olhos da Nação inteira o grau de despreparo dele e de seus companheiros. Mais sério ainda: o grau de corrupção em que se lambuzaram foi coisa de deixar Maluf enrubescido. Petrobrás, Eletrobrás, fundos de pensão e posições altamente remuneradas foram todos devidamente saqueados pelos companheiros.

    A despeito de tudo isso, a mentira continua. Não é mais a luta, como gostavam de dizer os petistas. Estão seguindo o tétrico conselho de Mário Lago, comunista desde sempre: “Minta sempre! Se você for preso e não for torturado, diga que foi.” Esqueceu que a mentira tem perna curta. E que não é possível construir alguma coisa sólida para o futuro sobre alicerces tão frágeis. Na reunião da comissão do senado que decide sobre o afastamento da presidente Dilma, em 02/05/16, tivemos a oportunidade de ouvir o estágio mais avançado da mentira petista. Após a exposição do competente procurador do TCU, Júlio Oliveira, sobre a contabilidade destrutiva (de empregos e salários) e não criativa como tem sido dito, os senadores do PT se esmeram em mentiras seriais.

     O mais espantoso, como síntese, foi o de Lindbergh Farias, mais apropriadamente Horrorosobergh. Disse ele, com a incongruência típica dos altos escalões do PT: “O orçamento para nós tem que ser uma peça de justiça social, de combate ao desemprego”. Imagine, caro leitor, se não estivessem combatendo o desemprego!  O procurador-geral da república, Rodrigo Janot, resumiu o descalabro: “A organização criminosa jamais poderia ter funcionado sem que o ex-presidente Lula participasse”. Resta colocar a pá de cal, se não faltar cal…

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