Idosos de 77 a 79 anos mostram alívio em 1ª dia de vacinação para a faixa etária
No primeiro dia de vacinação contra a covid-19 de idosos de 77 a 79 anos, os novos pontos de imunização instalados na capital tiveram fila de carros, no serviço drive-thru, fotos dos cartões de vacinação e alívio de quem recebeu a dose.
Uma fila de carros com pisca-alerta ligado chamava atenção nas imediações do Teatro Paulo Eiró, em Santo Amaro, na zona sul, onde começou a funcionar um drive-thru nesta quarta-feira, 3. A espera até a dose era, em média, de uma hora por volta do meio-dia, mas o clima era de animação no local.
“Esperamos por 1h10, mas foi muito bom. Foi uma boa opção ter vacina aqui. Foi um ano difícil. A gente só ficou em casa”, diz a professora Roseli Silveira Leite Karow, de 65 anos, que levou o marido Hans Peter Karow, de 77 anos, para ser imunizado.
A pedagoga Melissa Fiorio Mobrige, de 44 anos, levou os pais e aguardou por uma hora no carro. “Minha mãe tem 78 anos e o meu pai, 77. No começo, ficamos afastados, mas demos uma flexibilizada por causa dos netos. Eles têm seis netos.”
Para quem estava a pé, havia doses dentro do teatro, mas o ritmo de vacinação era mais lento.
O taxista Victor Casteireira, de 79 anos, foi ao local, mas acabou tomando a vacina em uma unidade de saúde na região. “Minha sogra, de 93 anos, vai tomar no teatro, mas eu fui a pé aqui perto e só tinha cinco pessoas no posto.”
Na Igreja São Judas, no Jabaquara, também na zona sul, o movimento era tranquilo no início da tarde. Lá, foi aberto um posto volante. Funcionários da saúde municipal relataram que, durante a manhã, houve aplausos e muita comemoração. Familiares e fotografavam o cartão de imunização após a dose. Alguns idosos pediam ajuda para os profissionais que atuavam no local para fazer o registro.
A aposentada Carmela Franze Morano, de 79 anos, foi com o filho, o autônomo Carlos Alberto Morano, de 54 anos, e teve a vacinação fotografada. “Graças a Deus. Demorou, mas chegou. Foi maravilhoso e rápido.” Mesmo assim, ela diz que vai manter os cuidados quando a imunização estiver completa. “Continua a mesma coisa. Máscara e com álcool sempre na bolsa.”
Eva Antunes Lopes, de 77 anos, aproveitou que ia se vacinar e levou a amiga de infância, Ana Lúcia Nunes Chikuchi, de 79 anos. “Amigo é para essas coisas.” Eva tinha o hábito de viajar para Minas Gerais, Rio e Espírito Santo para ver os irmãos e se viu isolada na pandemia. “Fiquei até deprimida. Somos dez irmãos. Fazia aula de ginástica, musculação e parei tudo. Agora, estou fazendo online.” Elas aproveitaram e fizeram uma foto para guardar de lembrança. “Faz tanto tempo que a gente não se vê. Nossas avós e nossas mães também eram amigas”, conta Ana Lúcia.
A aposentada Maria Antonieta Fuzaro de Lacerda Abreu, de 79 anos, chegou a ir em uma unidade de saúde, mas, como estava cheia, foi ver como estava o movimento na igreja e saiu vacinada. “Estava ansiosa. A vacina não dói. Perdi meu marido para a doença em agosto do ano passado. Ele estava com 78 anos.” Ela tem uma filha que mora na Itália, mas não sabe ainda se, mesmo com a vacina, será possível vê-la neste ano.
Para poder levar o pai, que é cadeirante, a advogada Andrea Vogt, de 44 anos, visitou três locais de vacinação antes de sair com ele. “Aqui, a rua estava mais tranquila para descer do carro. Está um ambiente agradável e arejado.” Em minutos, o aposentado João Carlos Vogt, de 79 anos, estava vacinado. A ida ao local até trouxe uma lembrança. “Aqui, fiz minha primeira comunhão.”
Também nesta quarta-feira, 3, o serviço de drive-thru foi aberto no Ginásio do Ibirapuera. Já o drive-thru do Estádio do Pacaembu será encerrado às 17h desta quarta-feira, porque o local vai entrar em obras. Para substituir, já está em funcionamento o drive-thru no Memorial da América Latina.
O fluxo de veículos era leve no drive-thru do Ginásio do Ibirapuera na tarde desta quarta-feira. No local, mais de uma tenda foi montada para a imunização, que era feita rapidamente. O administrador de empresas Vicente Liguori, de 78 anos, foi ao local com a irmã, Zilda Liguori, de 79 anos. “É mais que necessário tomar a vacina. Ainda mais na situação grave que estamos vivendo e na nossa idade.”
A estudante de fisioterapia Márcia Nunes Fernandes, de 56 anos, levou a mãe Célia Nunes Fernandes, de 87 anos, para tomar a segunda dose da vacina. “Ela tomou a primeira dose no Pacaembu. Passamos três horas na fila, mas valeu a pena.”
Ainda nesta semana, outros pontos com o serviço devem ser abertos: na quinta-feira, 4, entram em operação os drive-thrus no Parque Villa-Lobos, no Clube Atlético Monte Líbano e na Subprefeitura M’Boi Mirim. Na sexta-feira, 5, o serviço será inaugurado no Club Athletico Paulistano.
Mega drive-thrus
Os outros mega drive-thrus estão localizados nos seguintes pontos: Arena Corinthians, Centro de Exposições do Anhembi, Autódromo de Interlagos, Igreja Boas Novas, Clube Hebraica e Estádio do Morumbi. Eles funcionam das 8h às 17h.
Também é possível se vacinar pelo sistema em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) das 8h às 17h. A lista pode ser vista aqui.
A vacina também está sendo aplicada em 468 UBSs, das 7h às 19h, de segunda a sexta. Nas AMAS/UBS’s Integradas, o horário de vacinação é o mesmo e as unidades abrem aos sábados. Os Centros-Escolas Barra Funda, Geraldo de Paula Souza e Samuel Barnsley Pessoa estão vacinando das 8h às 17h.
As 17 unidades do Serviço de Assistência Especializada em IST/Aids (Saes) também estão sendo usadas para imunizar a população.