• Ibovespa tem leve alta, após CPI e avanço em conversas sobre tarifas EUA-China

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  • 11/jun 11:49
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O Ibovespa passou a subir perto do fim da manhã desta quarta-feira, 11, após cair 0,59% na mínima (135.627,75 pontos), tentando defender o nível dos 137 mil pontos, na esteira da elevação das bolsas de Nova York. Porém, o movimento é inconsistente, em meio à alta de ações como Petrobras e de bancos, mas recuo de papéis ligados ao minério de ferro, ainda que este tenha subido hoje.

    “Essa queda metálicas é mais um ajuste”, diz Felipe Moura, analista da Finacap.

    Para Moura, o processo de rotação de ações no mundo diante da política “errática” do presidente dos EUA, Donald Trump, continua beneficiando mercados como o brasileiro. No Brasil, diz, “vejo o copo meio cheio” quanto às alternativas ao aumento do IOF. “Vemos uma pressão da sociedade e do setor produtivo, que demandam um ajuste fiscal mais forte o que é bom”, acrescenta.

    Investidores adotam certa cautela após o avanço ontem nas conversas comerciais sino-americanas, que ainda precisa do aval das autoridades dos dois países, e em meio ao índice de preços ao consumidor, o CPI norte-americano de maio, divulgado nesta quarta-feira.

    A agenda de indicadores é esvaziada no Brasil. Assim, fica no foco a participação do ministro Fernando Haddad, em audiência pública na Câmara, após a Fazenda ter anunciado no domingo alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em sua fala inicial, Haddad destacou dados positivos do PIB e do mercado de trabalho do Brasil, além de mencionar preocupação em reduzir a inflação.

    “Temos alguns gatilhos positivos mas o mercado hoje parece estar colocando um pouco mais de peso num movimento mais de cautela justamente em torno do fiscal”, diz Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, acrescentando principalmente às medidas relacionadas ao IOF. Conforme Bruna Sene, o Ibovespa vem numa toada de realização de lucros desde o final de maio, sobretudo por conta de preocupações fiscais.

    “Isso realmente tem gerado certa cautela para os investidores e acredito que esse é o pano de fundo para hoje aqui no mercado, apesar de ontem o IPCA de maio ter vindo mais benigno e hoje CPI nos Estados Unidos, também”, afirma a analista da Rico.

    Ao mesmo tempo, hoje cedo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, falou na abertura 3º Simpósio Liberdade Econômica, em Brasília, mas não tocou no tema sobre política monetária. Galípolo e os dirigentes do BC estão em período de silêncio pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá a Selic na quarta-feira que vem. Por ora, as apostas estão divididas entre manutenção em 14,75% ao ano e elevação de 0,25 ponto porcentual. No mesmo dia, sai a decisão de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

    Após dois dias de negociações em Londres, ontem autoridades dos Estados Unidos e da China chegaram a um consenso sobre uma “estrutura” para estender a trégua comercial alcançada em maio e solucionar a questão de restrições chinesas a exportações de minerais de terras raras e ímãs. O acordo será submetido agora à aprovação dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.

    Nos EUA, o CPI subiu 0,1% em maio ante 0,20% em abril, ficando menor do que a mediana de 0,20% das estimativas. Na comparação anual, o avanço foi de 2,4% em maio (previsão: 2,5%).

    Para Marcelo Vieira, head da mesa de renda variável da Ville Capital, a interpretação é que as tarifas de Donald Trump ainda não estão sendo totalmente precificadas na inflação americana. “Como o Fed está na postura de observar os dados que forem saindo para definir a política monetária, os indicadores de inflação e emprego precisam se mostrar estáveis e sem pressões adicionais para que o Jerome Powell, presidente do Fed, retome o ciclo de baixa dos juros”, analisa.

    Já para Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, os números menores do CPI elevam expectativas de que agora o Fed não tem mais desculpas para não começar a cortar taxa de juros. “É extremamente importante esse dado ter vindo para baixo para quem pressiona, como o Trump, para que as taxas comecem a cair”, diz, ao lembrar que na quarta-feira que vem tem a decisão do Fed.

    Às 11h43, o Ibovespa subia 0,09%, aos 136.555,85 pontos, após abrir em 136.443,36 pontos, em alta de 0,11%. Na máxima avançou a 0,44%, aos 137,033,57 pontos, e na mínima marcou 135.627,75 pontos (-0,59%). Enquanto Petrobras subia até 1,50% (PN), ações do setor de metais caem até 3,91% (Gerdau PN); Vale cedia 0,22%. Já ações de grandes bancos tinham valorização, com destaque à Unit de Santander, com 3,78%.

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