Ibovespa sobe com commodities, NY e Europa e mira os 135 mil pontos, mas agenda e juros limitam
A valorização das commodities e dos índices de ações do ocidente estimula alta do Ibovespa nesta segunda-feira, 9. A alta, porém, é discreta após novos sinais de desaquecimento da economia chinesa que elevam a expectativa por medidas de estímulo e mais uma rodada para cima nas projeções da inflação brasileira.
Pouco antes do fechamento deste texto, o Índice Bovespa renovou máxima, tentando recuperar parte da queda de sexta-feira, caminhando para voltar à marca dos 135 mil pontos. Hoje, iniciou o pregão aos 134.574,01 pontos, com variação zero.
Sem grandes motivadores e agenda esvaziada, o investidor evita tomar grandes decisões. Por aqui, o dólar à vista tem alta moderada, de 0,62%, para R$ 5,6250, ante máxima a R$ 5,6407, e os juros futuros rondam a estabilidade com viés de alta, seguindo os rendimentos dos Treasuries.
Um compasso de espera ainda é gatilho para oscilações moderadas do Índice Bovespa ao longo do pregão desta segunda-feira, em semana de divulgação de índices de preços no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Os investidores mantêm grande expectativa em relação a decisões da política monetária brasileira e americana, principalmente, neste mês.
Na sexta-feira, o payroll mostrou menos geração de vagas criadas nos EUA do que se estimava e outros componentes do relatório indicaram uma economia ainda resistente, o que acabou por deixar as apostas em corte de 0,25 ponto porcentual pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) este mês. Naquele dia, o Ibovespa fechou em baixa de 1,41%, aos 134.572,45 pontos.
Além do aumento nas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no boletim Focus (a 4,30%) divulgado hoje para perto do teto da meta em 2024 (de 4,50%), houve elevação nas projeções para a taxa Selic.
No mês em que o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciará a decisão sobre os juros, a estimativa mediana para a Selic ao final deste ano saltou de 10,50% para 11,25%, interrompendo uma sequência de 11 semanas de estabilidade.
Do outro lado do Atlântico, destaque ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês. O indicador ganhou força em agosto ante o mesmo mês de 2023, mas ficou abaixo das estimativas do mercado. Segundo a MCM Consultores, a China enfrenta um risco crescente de deflação, impulsionado pela fraca demanda interna. “Desta forma, se espera que as autoridades intensifiquem o suporte à economia nos próximos meses”, cita a nota.
Para Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter, o país asiático é uma das principais incógnitas especialmente por sua representatividade no mercado global. Conforme ela, em meio a revisões para baixo de várias instituições para o Produto Interno Bruto (PIB) chinês muito por conta da fraqueza do setor imobiliário da China, o país tem focado em outros setores da economia.
Trata-se, como destaca Joubert, de “uma nova China, mais inovadora, mais tecnológica” que exigirá grandes desafios. “Só que ainda estamos falando da segunda maior economia do globo”, pontua.
Os preços das commodities têm desacelerado, ressalta a estrategista-chefe do Inter, mas ainda estão em níveis elevados. Nesta segunda-feira, o contrato mais negociado do minério de ferro no mercado futuro de Dalian, na China, fechou em alta de 0,44%, após recentes perdas. “A demanda por commodities ainda está em nível elevado. Só não dá para esperar uma China nos moldes de outras décadas”, diz. As ações da Vale avançavam 0,79% por volta das 10h40. No segmento metálico, só Usiminas PNA cedia: 1,17%.
Após avançar mais cedo, as cotações do petróleo passaram a cair há pouco, sem jogar para o negativo os papéis da Petrobras. No horário citado acima, os papéis da Petrobras tinham ganhos entre 0,53% (PN) e 0,71% (ON). O Ibovespa, por sua vez, tinha alta de 0,32%, aos 135.009,55 pontos, na máxima, ante mínima aos 134.399,45 pontos (-0,13%).