• Ibovespa sobe à espera de desfecho sobre MP de PIS/Cofins, mas NY e minério limitam

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  • 11/jun 11:36
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    A queda das bolsas internacionais e das commodities limita a alta do Ibovespa, após recentes quedas. Os mercados estão em compasso de espera, um dia antes do anúncio da decisão de juros pelo banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) e da divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA.

    Internamente, os investidores avaliam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio no teto das expectativas e o impasse em relação à medida provisória (MP). A MP restringe a compensação de créditos de PIS/Cofins e pode levar à alta dos preços da gasolina e diesel.

    Em meio a críticas do setor produtivo, o Ministério da Fazenda estuda alternativas para reduzir as resistências à MP. Assim, ficam hoje no foco as reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o setor produtivo.

    Segundo Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos, se houver uma revogação da MP pode desfazer o mau humor recentes nos mercados. “Isso motivaria, dado esse IPCA ruim no curto prazo. Se não revogar, vai aumentar a pressão sobre a inflação”, avalia. Apesar da queda do petróleo no exterior, as ações da Petrobras subiam entre 0,51% (PN) e 0,05% (ON) às 11 horas. Amanhã os papéis serão negociados ex-dividendos.

    “Essa disposição do governo em ouvir o setor produtivo pode ser a razão da alta do Ibovespa, pois o tiro pode sair pela culatra caso a MP que restringe a compensação de PIS/Cofins seja mantida”, avalia Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

    Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA acelerou a 0,46%, ante 0,38% em abril, ante teto de 0,46%, indo a 3,93% em 12 meses, depois de sete meses de arrefecimento.

    “Esse IPCA alto deve gerar nova rodada para cima nas projeções de inflação no boletim Focus na semana que vem e indicar uma Selic terminal maior, indo na direção do que esperamos, de 10,50%”, avalia Larissa, da Empiricus Research.

    Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, o IPCA no teto das projeções só tende a dificultar a possibilidade de convergência das expectativas que já estão desancoradas. Assim, só aumenta a possibilidade de fim de corte da taxa Selic, que atualmente está em 10,50% ao ano. “Só piora a percepção dos mercados em relação ao fiscal. E ainda tem essa questão da MP de PIS/Cofins”, diz Laatus.

    Eventuais mudanças no arcabouço fiscal também ficam no foco. Segundo a Levante Investimentos, após o recrudescimento da confiança dos mercados acerca do compromisso com as contas públicas, há relatos de que, nos bastidores, o governo se prepara para combater o ambiente de descredibilidade criado em função dos últimos acontecimentos.

    Apesar do IPCA de maio no teto das expectativas, ações ligadas ao consumo sobem, refletindo ajustes para baixo nos juros futuros. Na parte setorial da Bolsa brasileira, somente o índice de metais cedia (-0,31%).

    Às 11h10, o Ibovespa, por sua vez, subia 0,20%, aos 120.996,35 pontos, após elevação de 0,62%, na máxima aos 121.510,72 pontos. Entre os grandes bancos, os principais tinham altas de 0,93% (Bradesco PN) a 0,96% (Itaú Unibanco PN).

    As ações da Vale caíam 1,60%, em meio ao recuo de 4,16% do minério de ferro em Dalian.

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