• Ibovespa renova máxima histórica diária de olho em queda dos juros no EUA e alta do IBC-Br

  • 16/ago 11:43
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O Ibovespa sobe nesta sexta-feira, 16, e pode marcar um nono pregão de valorização, além de ter possibilidade de caminhar para um fechamento com pontuação histórica. Nesta manhã, o principal indicador da B3 subiu 0,47% e atingiu a máxima dos 134.781,44 pontos, apesar da indefinição das bolsas americanas.

    Assim, superou o recorde do intraday de quinta-feira, aos 134.574,50 pontos. No fechamento, subiu 0,63%, aos 134.153,42 pontos. “Está com jeito continuará o processo de alta”, diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.

    Por ora, Pedro Caldeira, sócio e assessor da One Investimentos, não vê nenhum condutor que estimule uma correção do Índice Bovespa, embora admita que um ajuste seria saudável. “Ainda pode andar mais um pouco, temos bons indicadores por parte das empresas e o fluxo de estrangeiro está voltando. Além disso, o IBC-Br Índice de Atividade Econômica do Banco Central mostrou força da economia”, avalia.

    O IBC-Br subiu 1,37% em junho ante maio, ficando acima da mediana de 0,50% e perto do teto das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, de 1,40%. A expansão beneficia alguns papéis mais sensíveis ao ciclo econômico que, para muitos analistas, estão com preços atrativos.

    Contudo, o avanço da atividade no Brasil pode elevar as pressões de aperto monetário em algum momento pelo Banco Central (BC), pondera Caldeira, da One.

    Aliás, hoje, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em palestra, disse que o BC continua “muito incomodado” pelo fato de as expectativas de inflação do mercado continuarem acima da meta. Ele garantiu que a desancoragem está sendo observada “muito de perto”, especialmente no que diz respeito às projeções mais longas.

    “IBC-Br acima do esperado pode gerar mais inflação e pressionar para aumento da taxa Selic até o final do ano para que o BC consiga a convergência da inflação à meta”, diz o sócio da One.

    Já Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, acredita que o juro básico – atualmente em 10,50% ao ano – ficará nessa marca por mais tempo do que o imaginado. Segundo ele, ainda que o IBC-Br tenha crescimento mais do que o esperado em junho ante maio, há alguns sinais no indicador de que a atividade brasileira ainda não se recuperou por completo..

    Ao mesmo tempo, os investidores monitoram as notícias sobre o anúncio do nome que o substituirá no BC. Como mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo vê uma espécie de brecha para indicar o próximo presidente já nas próximas duas semanas, apesar de a nova gestão começar só em 2025. O mais cotado é Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária. Porém, hoje, em entrevista a uma rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu não saber se será Gabriel Galípolo o indicado.

    Hoje, o petróleo cede em torno de 2,00%, enquanto o minério de ferro fechou em baixa de 0,99% em Dalian, na China. “O minério de ferro está caminhando para uma perda semanal acentuada após atingir o nível mais baixo desde 2022, refletindo a preocupação de que a crise na indústria siderúrgica, que se espalha pela China, possa enfraquecer a demanda”, cita em relatório a Guide Investimentos.

    A Guide ainda chama a atenção para o recuo do petróleo, no final de uma semana turbulenta, com a perspectiva de demanda fraca da China superando os dados econômicos fortes dos EUA e as tensões geopolíticas, como um possível ataque do Irã ou seus representantes contra Israel.

    Às 11h31, o Ibovespa subia 0,22%, aos 134.447,76 ponto. Ontem, fechou com alta de 0,63%, aos 134.153,42 pontos. Vale cedia 0,89% e Petrobrás ON cedia 0,46%, enquanto tentava subir (0,05%).

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