• Ibovespa interrompe série negativa com alta de 0,65%, aos 130 mil pontos

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  • 24/out 17:57
    Por Luís Eduardo Leal / Estadão

    O Ibovespa interrompeu nesta quinta-feira, 24, série de cinco perdas ao subir 0,65% e retomar a linha de 130 mil pontos, aos 130.066,95 pontos, com apoio das principais blue chips ao longo da tarde, em sessão na qual o suporte ao índice foi favorecido por retração na curva do DI e também no câmbio, ainda que em nível alto. Assim, oscilou dos 128.798,26 aos 130.129,98 pontos, na máxima do fim da tarde, saindo de abertura aos 129.233,11.

    O giro financeiro ficou em R$ 18,3 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa ainda recua 0,33% e, no mês, cede 1,33%, com perda no ano a 3,07%.

    Na B3, as ações de grandes bancos deram apoio ao Ibovespa nesta quinta-feira, com ganho até 0,90% (Itaú PN) no fechamento. A tarde foi positiva também para Vale (ON +0,59%, na máxima do dia no encerramento) e para Petrobras (ON +0,33%, PN +0,67%). Destaque no fechamento para Lojas Renner (+4,84%), CVC (+4,76%) e Cogna (+4,23%). No lado oposto, IRB (-7,32%), Pão de Açúcar (-2,71%) e Braskem (-1,69%).

    “Estava com jeito de que seria mais um dia negativo para a Bolsa, mas as declarações de integrantes do governo acabaram contribuindo para a virada, com menções a endereçamento das questões fiscais por meio de medidas ainda este ano. E o ministro Fernando Haddad Fazenda reiterou que não há reformulação do arcabouço, mas sim reforço, o que agradou ao mercado, contribuindo para o fechamento observado na curva de juros na sessão, acompanhando também o comportamento dos Treasuries”, diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, destacando ainda a retração do câmbio nesta quinta-feira, com o dólar à vista em baixa de 0,53%, a R$ 5,6629, no fechamento.

    O efeito da curva de juros se propagou em especial às ações com exposição ao ciclo doméstico, como as de varejo, sensíveis a juros, aponta a analista. Dessa forma, o índice de consumo (ICON) mostrava alta de 1,30% no fechamento, bem à frente do desempenho dos materiais básicos (IMAT +0,13%), os quais são mais correlacionados a preços e demanda externa.

    “É preciso ver se o discurso sobre responsabilidade fiscal permanecerá e continuará a convencer”, diz Larissa.

    De fato, o mercado tem tomado a atitude de esperar para ver as medidas que eventualmente emergirão, no aguardado sentido de cortes de gastos. Mas, nesta quinta, Haddad fez preço, positivamente.

    E as declarações do ministro vieram em dia de divulgação do IPCA-15, prévia da inflação oficial de outubro: leitura que se mostrou um pouco mais pressionada. Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, observa que o IPCA-15 referente a outubro foi a 0,54%, acima da mediana das expectativas e também no maior nível para o mês desde 2021.

    “A inflação de outubro foi fortemente impactada por condições climáticas mais severas. A falta de chuvas fez com que a Aneel acionasse a bandeira tarifária mais cara, e também prejudicou lavouras e pastos – o que já se reflete nos preços de carnes”, diz a economista, acrescentando que o efeito de outubro levou o acumulado em 12 meses ao maior nível desde fevereiro. “Outro ponto de alerta veio nas principais medidas de núcleos, em serviços e bens industriais: todos esses grupos apresentaram aceleração na margem, enquanto no acumulado em 12 meses apenas os serviços arrefeceram”, aponta Helena. “A despeito de a inflação de outubro ter sido em grande parte impactada pelas condições climáticas, houve, sim, uma composição qualitativa pior do que a que vinha sendo observada nos meses anteriores”, enfatiza.

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