• Ibovespa estende série de ganhos pela 10ª sessão, perto dos 129 mil pontos

  • 12/jul 17:50
    Por Luís Eduardo Leal / Estadão

    Em paralelo à acentuação de ganhos nos índices de ações em Nova York no meio da tarde, e acompanhando a virada do dólar frente ao real (em baixa de 0,21%, a R$ 5,4311 no fechamento), o Ibovespa flertou com os 129 mil pontos na máxima do dia, encerrando aos 128.896,98 pontos, em alta de 0,47% na sessão. Foi o quarto avanço semanal consecutivo para o índice da B3, que sobe agora 4,03% no mês, cedendo ainda 3,94% no ano. O giro desta sexta-feira ficou em R$ 17,6 bilhões na B3.

    Nessas duas primeiras semanas de julho, o Ibovespa subiu em todas as sessões: uma sequência de 10 altas, a mais longa desde a série de 11 entre 20 de dezembro de 2017 e 8 de janeiro de 2018, quando o dólar estava em R$ 3,23 e o Ibovespa chegava então aos 79.378,53 pontos. Na semana que chega ao fim nesta sexta-feira, o índice avançou 2,08%, ganho semelhante ao do primeiro intervalo de julho (+1,91%).

    Na máxima desta sexta-feira, o Ibovespa foi aos 129.014,75, saindo de abertura a 128.293,46 pontos, com mínima aos 128.002,39 na sessão. O nível de fechamento foi o mais alto desde 8 de maio, então perto dos 129,5 mil pontos – no intradia, o nível de 129 mil não era visto desde 10 de maio.

    Em relação à mínima de fechamento do ano, tocada em 17 de junho, aos 119.137,86, a retomada se aproxima de 9,8 mil pontos, ou 8,19% em relação ao ponto em que estava naquela data. Ante a máxima histórica de fechamento, em 27 de dezembro passado, então aos 134.193,72, o Ibovespa permanece a uma distância correspondente, na prática, à variação de 2024, na medida em que a última sessão de 2023 foi no dia 28, ainda aos 134.185,24 – a segunda maior marca da história, em encerramento.

    Após 10 altas consecutivas, o quadro das expectativas para o curtíssimo prazo é mais conservador, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 40% esperam avanço para as ações na próxima semana, fatia bem menor do que os 85,71% que previam ganhos para a Bolsa na pesquisa anterior. A projeção de estabilidade tem outros 40% e de queda, 20%. No último levantamento, 14,29% acreditavam em variação neutra e não havia respostas indicando baixa.

    “Depois de fechar ontem acima de 128.150 pontos, o índice deu prosseguimento à alta, na sessão de hoje. O patamar de 128.150 pontos é importante, pois marcou o início da última sequência de queda”, observa Inácio Alves, analista da Melver. Tal nível se refere ao do encerramento de 17 de maio. Dali até a mínima de fechamento do ano, em 17 de junho, foram 21 sessões, intervalo no qual o Ibovespa perdeu cerca de 9 mil pontos, tendo subido em apenas quatro delas.

    Após ter chegado ao fundo do vale em 17 de junho, o índice da B3 iniciou recuperação logo na sessão seguinte, quando retomou os 120 mil pontos. Desde então, veio uma série de altas que, com apenas duas interrupções leves, em 25 e 28 de junho, conduziria o Ibovespa aos 129 mil do intradia desta sexta-feira.

    Na sessão, a alta de Vale (ON +1,47%, na máxima do dia no fechamento, a R$ 62,92) – acentuada à tarde em paralelo ao avanço do índice – prevaleceu sobre as perdas de Petrobras (ON -0,56%, PN -0,47%). O dia foi moderadamente negativo para a maioria dos grandes bancos, à exceção de Banco do Brasil (ON +1,32%, também na máxima da sessão no encerramento). Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para B3 (+4,16%), CSN Mineração (+2,62%) e Hypera (+2,36%). No lado oposto, Transmissão Paulista (-4,24%), Cyrela (-4,20%) e MRV (-4,13%).

    “Nem um PPI inflação ao produtor nos EUA mais forte que o esperado para junho, divulgado hoje foi suficiente para derrubar as bolsas. O mercado segue dando um peso maior para o dado de inflação ao consumidor (CPI), divulgado ontem. Assim, o Ibovespa seguiu em alta, com apetite tanto do investidor local como do estrangeiro, na medida em que os ativos estão ainda bastante depreciados”, aponta Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, acrescentando que inflação ao consumidor menor nos EUA mantém sobre a mesa a expectativa de início de cortes de juros por lá em setembro.

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