• Ibovespa aprofunda queda a 133 mil pontos com piora externa

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  • 10/set 11:44
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O Ibovespa renovou mínima e perdeu a marca dos 134 mil pontos, em meio à desaceleração das bolsas em Nova York e intensificação da queda do petróleo no exterior, que mira desvalorização acima de 3,00%, com o barril aquém dos US$ 70. Desta forma, as ações da Petrobras aprofundavam as perdas, algo que também era visto nos papéis ligados ao setor de metais na B3.

    “Houve alta das exportações chinesas indicando demanda global resiliente e recuo das importações, reforçando o desaquecimento interno”, diz Matheus Falci, sócio e assessor da One Investimentos. “Permanece ainda a preocupação com a demanda chinesa”, completa o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

    Segundo Victor Furtado, head de alocação da W1, os sinais de enfraquecimento da China continuam limitando o Índice Bovespa. “Éramos acostumados com um país crescendo forte e não mais está assim”, pontua.

    Também nesta terça-feira, 10, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve sua previsão para o aumento da oferta de petróleo entre países fora da Opep+ em 2024, em 1,23 milhão de barris por dia (bpd), segundo relatório mensal publicado nesta terça.

    Além do exterior, há questões internas que deixam os investidores na defensiva apesar do recuo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) “Foi a primeira deflação do ano, mas o desvio das projeções e o resultado efetivo não foi tanto. O IPCA ainda está alto, o que sugere uma reversão possível da Selic alta na semana que vem”, completa Falci, da One Investimentos.

    Aqui, a queda de 0,02% do IPCA em agosto informada nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é boa notícia, no sentido de pressionar menos o Comitê de Política Monetária (Copom) por uma alta de 0,50 ponto porcentual na Selic na semana que vem, segundo analistas.

    “O IPCA ajuda, mas não muda muito. Ficamos na dependência do Fed”, pontua Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil. No mesmo dia da decisão do Copom, o Federal Reserve (Fed) divulgará sua taxa de juros, para a qual as apostas indicam redução de 0,25 ponto porcentual. Antes, nesta semana, sairão dados de inflação dos EUA que poderão ajudar nas apostas para o Fed.

    Para Beto Saadia, economista e sócio da Nomos, o recuo do IPCA em agosto não deve mudar a postura do Banco Central para o Copom semana que vem. A Nomos espera alta de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic, dada a inflação de 12 meses ainda acima da meta e resiliência da inflação de serviços.

    Segundo Victor Furtado, head de alocação da W1, o cenário-base é de alta da Selic de 10,50% para 10,75% ao ano na quarta-feira que vem, “a não ser que ocorra uma surpresa”. Ao mesmo tempo, estima queda de 0,25 ponto pelo Fed também na semana que vem, o que tende a pavimentar o caminho para o ingresso de fluxo estrangeiro na B3. “O capital externo já vem entrando. Há um cenário de rotação das ações e as bolsas americanas estão muito esticada. Então, o estrangeiro vê essa oportunidade e aporta em Brasil.”

    Nesta segunda, 9, o Ibovespa fechou com alta de 0,12%, aos 134.737,21 pontos. Às 11h26 desta terça, cedia 0,66%, aos 133.841,13 pontos, ante recuo de 0,63%, na mínima aos 133.888,12 pontos, após máxima aos 134.737,68 pontos. Petrobras recua ente 1,89% (PN) e 1,92% (ON), com o petróleo. Vale, -1,13%. Só 8 ações subiam, de 86.

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