• IBGE: energia elétrica sobe 5% em agosto e dá maior impacto individual no IPCA-15

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  • 25/08/2021 10:49
    Por Bruno Villas Bôas / Estadão

    Uma das principais responsáveis pela alta da inflação neste ano, a energia elétrica residencial ficou 5% mais cara em agosto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), exercendo o maior impacto (0,23 ponto porcentual) entre os subitens acompanhados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta dos preços da energia elétrica foi, inclusive, mais intensa do que a verificada no IPCA-15 de julho, quando havia ficado 4,79% mais cara.

    A bandeira tarifária vermelha patamar 2 vigorou nos meses de julho e agosto, mas, a partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira tarifária, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243, lembrou o IBGE nesta quarta-feira (25). Além disso, o resultado foi consequência dos reajustes tarifários da energia elétrica em Belém, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

    Com a leitura do mês, o grupo de Habitação – que inclui a energia elétrica – apresentou alta de 1,97% em agosto, após avanço de 2,14% em julho. Além da energia elétrica, contribuíram para o resultado o aumento do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%). No lado das quedas, ficou mais barata a taxa de água e esgoto (-0,49%), por conta da mudança na metodologia de cobrança das tarifas em Belo Horizonte (-6,40%).

    Divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira, o IPCA-15 foi de 0,89% em agosto, acelerando em comparação ao índice de julho (0,72%). O resultado ficou acima da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 0,84% para agosto.

    Passagens aéreas

    Após surpreender com forte alta em julho, as passagens aéreas ficaram 10,90% mais baratas em agosto pelo IPCA-15. As tarifas haviam subido 35,64% no mês anterior. Mesmo com a queda das passagens aéreas, a inflação do grupo de Transporte registrou leve aceleração na passagem de julho (1,07%) para agosto (1,11%). Dentro do grupo, o destaque foi novamente a variação dos preços dos combustíveis, que ficaram 2,02% mais caros, após alta de 0,38% em julho.

    De acordo com o IBGE, o preço da gasolina avançou 2,05% em agosto e acumula alta de 39,52% nos últimos 12 meses. O etanol ficou 2,19% mais caro em agosto e o óleo diesel registrou alta de 1,37%. O gás veicular foi uma exceção, com baixa de 0,51%.

    Saúde e educação

    Os preços de bens e serviços de saúde e cuidados pessoais recuaram 0,29% pelo IPCA-15 em agosto. Dos nove grupos de preços pesquisados pelo IBGE, foi o único com deflação no mês. Em julho, o grupo havia recuado 0,24%.

    Segundo o IBGE, a deflação do grupo em agosto se deve aos menores preços dos itens de higiene pessoal (-0,67%), produtos farmacêuticos (-0,48%) e plano de saúde (-0,11%). Desta forma, o grupo de saúde e cuidados pessoais retirou 0,04 ponto porcentual do IPCA-15 de agosto, que foi de 0,89%.

    Por outro lado, as famílias gastaram um pouco mais com educação em agosto. A inflação desse grupo acelerou de 0,12% em julho para 0,30% em agosto. Pela coleta do IBGE, houve reajustes de 0,32% nos preços de cursos regulares – que englobam de creche a pós-graduação. Houve ainda alta de 1,01% nos cursos técnicos.

    O IBGE tradicionalmente faz coleta de preços de educação nos meses de fevereiro, março e agosto. O instituto não detalhou o motivo da alta dos preços. Analistas estimam, porém, que as escolas podem ter conseguido recompor parte das mensalidades no mês, marcado pela volta às aulas presenciais.

    Inflação em 12 meses

    Puxada especialmente pelo aumento da energia elétrica, a inflação chegou a marca de dois dígitos em quatro locais pesquisados em agosto, considerados o índice de preços acumulado em 12 meses: Porto Alegre (10,37%), Goiânia (10,67%), Fortaleza (11,37%) e Curitiba (11,43%).

    Com a inflação acima da média nacional em 12 meses aparecem ainda Recife (9,88%), Belém (9,85%). Belo Horizonte registrou taxa de 9,30%, a mesma da média nacional. Ficaram abaixo da média nacional Rio de Janeiro (7,93%), Brasília (8,27%), Salvador (8,31%) e São Paulo (8,64%).

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