• Humberto Costa sobre CPMI de 8/01: Trabalhar para ter pessoas do lado do governo

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  • 01/05/2023 15:36
    Por Isadora Duarte e Bruno Luiz / Estadão

    O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o governo terá de trabalhar para ter pessoas do seu lado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, que investiga os atos antidemocráticos.

    “Acho que o governo em um tema como esse que, queira ou não, tem potencial de gerar certo tumulto, tem de cobrar daqueles partidos que se dizem da base do governo indicações de pessoas que, na pior das hipóteses, tenham uma posição equidistante do governo e da oposição. Teremos que trabalhar para ter pessoas do lado do governo na CPI. É um instrumento da minoria, mas isso não quer dizer que a maioria não vai ocupar os espaços que lhe cabem e fazer uma investigação isenta”, disse Costa a jornalistas ao deixar o ato de 1º de maio organizado pelas centrais sindicais em São Paulo.

    Sobre uma eventual indicação de seu nome para integrar a CPI pelo Partido dos Trabalhadores, Costa afirmou que “não vai brigar para entrar”. “Me coloquei à disposição, mas sinceramente não é uma coisa dos meus sonhos. Não vou brigar para entrar. Tem outras coisas importantes acontecendo, como a discussão do pacote econômico, outros temas relevantes”, justificou.

    Costa disse considerar que houve “erro de avaliação” do governo ao tentar barrar a instalação da CPI. “Qualquer CPI é uma incógnita, mas naquele momento o que estava rolando era uma CPI do Senado para investigar os atos. Quando o governo começou a questionar a CPI, dizer que era ruim, na cabeça dos bolsonaristas veio a ideia de que havia alguma coisa por traz disso. Achava que a ideia da CPI no Senado ia se esvaziar, quando nos colocamos contra, pior, saiu essa CPMI mista”, afirmou. Ele defendeu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja alvo da investigação da CPMI.

    O senador rebateu a narrativa da oposição ao governo de que o governo tenha tido interesse em deixar os atos golpistas ocorrerem para, por meio da vitimização, obter apoio popular. “Se fosse só o Executivo atacado, mas o Supremo e Poder Legislativo também foram (atacados). Esse argumento não se sustenta. Houve falha, mas é um problema muito menos relevante do que quem financiou, organizou e participou”, disse Costa. “Acho que não vão conseguir transformar isso aí numa disputa política. Até podem arrumar algum pretexto no meio do processo, mas não boto muita fé nesta CPI”, afirmou.

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