• Hospital reforça relevância do Setembro Amarelo com palestras e oficinas para os colaboradores

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  • 26/09/2021 14:38
    Por Redação / Tribuna de Petrópolis

    O Hospital Santa Teresa (HST) ofereceu ao longo desta semana uma programação especial de atividades para reforçar a relevância dos cuidados com a saúde mental. A iniciativa foi criada em tributo à campanha Setembro Amarelo, voltada à prevenção de suicídios e à conscientização sobre transtornos mentais. De acordo com um levantamento conduzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Público, em 2020, o número de suicídios no país foi de 13 mil, um leve aumento em relação ao ano anterior, e em 96,8% dos casos os fatores causadores incluem transtornos mentais, depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias químicas, o que reforça a importância de ações voltadas ao bem-estar emocional.
    A mobilização contou com distribuição de laços de fita amarela, símbolo da campanha de conscientização, para serem colocados nos crachás dos colaboradores. Além disso, cartazes com frases de estímulo e autocuidado foram fixados nos murais e nas copas de diferentes setores. Também foram realizadas palestras e atividades recreativas sobre a importância dos cuidados psicológicos.
    Os eventos aconteceram entre os dias 20 e 24 e tiveram como principal objetivo promover o debate sobre o tema e orientar os colaboradores no atendimento de pacientes. “Cuidar faz parte dos nossos valores. Embora este seja um assunto difícil, a pandemia escancarou o problema da depressão. É muito importante falar sobre o tema para que aquele que sofre possa buscar ajuda”, afirmou o Diretor Executivo do HST, o médico Leonardo Menezes, que fez a abertura do evento.
    “Este é um tema difícil, mas necessário. Falar sobre o suicídio é o único jeito de desmistificar e difundir o assunto. Ocupar este espaço é uma forma de prevenção. Precisamos quebrar barreiras para evitar que novos casos aconteçam”, comentou a psicóloga do HST Letícia Melo, lembrando que os sentimentos nem sempre estão visíveis. Ela também chamou a atenção para o fato de que situações vistas nas mídias sociais podem se tornar gatilhos e gerar instabilidade emocional. “Por isso a importância de esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e tirar o assunto da invisibilidade. A medida preventiva é a educação”, comentou ela.
    Os colaboradores puderam participar de palestras com os mais variados temas. As assistentes sociais do HST Raquel Cabreira e Tamires Ferreira deram orientações sobre atendimento a casos de tentativa de suicídio. “Nosso objetivo é mostrar a importância do acolhimento. Sabemos que o sofrimento é multifatorial e que os sinais podem passar despercebidos. Precisamos estar atentos e disponíveis para ouvir”, declarou Raquel, citando como alguns fatores as doenças mentais, o isolamento, doenças crônicas, uso de álcool e drogas, o sentimento de desesperança, desespero e desamparo e histórico familiar e genético.
    Em outra palestra, a psicóloga Aline Ribeiro, do Caps Saúde Mental Nise da Silveira, falou sobre saúde mental do trabalhador. “A pandemia nos deu uma sensação de fragilidade que antes nós não tínhamos e aceitar essa fragilidade é muito difícil. No caso dos profissionais da saúde, pesquisas apontam para um crescimento nos casos de estresse ocupacional. Precisamos cuidar dos sentimentos de exaustão e esgotamento para evitar gerar outros problemas”.
    A psicóloga do Caps destacou também que os casos de depressão e ansiedade aumentaram durante a pandemia: “A demanda mudou e aumentou. Temos recebido muitas pessoas com transtornos e de todas as idades. A pandemia sobrecarregou nosso sistema psíquico, somando às questões que todos nós já tínhamos. Precisamos reconhecer a necessidade de ajuda. Achamos que damos conta sozinhos, porque não temos noção da gravidade do sofrimento e, quando percebemos, o quadro já se agravou”, destacou explicando as diferenças entre depressão, ansiedade e Bornout.
    Além das palestras, foram realizadas aulas de yoga, meditação e oficinas de música. Para o diretor executivo do HST, todas essas atividades foram uma forma de conscientizar, mas também de cuidar dos colaboradores. “O Setembro Amarelo é um momento de conscientização em relação à importância da prevenção ao suicídio, mas também uma ótima oportunidade para falarmos e agirmos em prol da saúde mental dos nossos colaboradores e pacientes, pois impacta diretamente no bem-estar e na qualidade de vida de todos”, conclui ele.

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