• História e memória

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  • 15/05/2018 09:40

    O tempo passa e por mais queiramos demonstrar amadurecimento e preparo para as provações e vicissitudes da vida na verdade não estamos. A morte, por exemplo. Ontem, 3 de maio,  ao anoitecer tomei conhecimento do falecimento do bom e grande amigo Paulo Roberto Martins de Oliveira e relutei em acreditar. Fiz alguns contatos e todos confirmaram a notícia. Era verdade. Descansou no Senhor por volta das 16h30m.

     Tenho pleno conhecimento do  preparo religioso, formação espiritual e do apostolado da vida de Paulo. Sei também que ele estava em sintonia com o mundo espiritual e sabia, como sabe, que tudo não termina com a morte, ao contrário é um religare entre a terra e o céu. Evidente que sua esposa Maria Lúcia Mendes de Oliveira e a filha Gabriela Mendes de Oliveira, a senda de amigos e admiradores estamos todos consternados, mas, descansamos na certeza de ele continuará a espargir sua luz aos nossos corações e sobre a sofrida pátria em momentos tão difíceis em que vivemos. Paulo nasceu em Petrópolis–RJ, aos 30 de julho de 1942; trineto dos colonos germânicos Johann Noel e de Elisabeth Katharine Mathieu; quinto filho do casal Adão Martins Noel de Oliveira e de Vera Silveira de Oliveira.

     O dileto amigo, irmão pela consideração, historiador, brilhante intelectual, pensador e humanista me honrou com o convite  a que eu prefaciasse o livro de Memórias do Batalhão Dom Pedro II nascido de suas mãos e da percuciente capacidade de memorialista. A obra foi condensada em mais de duzentas laudas desenvolvendo com bom gosto e acurado requinte a história que é ilustrada pelas fotos dos fatos ocorridos há mais de um século. Elas certamente emolduram a ouro as preciosidades que o cultor das belas letras foi presenteado.

     Eu já estava acostumado a conviver com seus trabalhos históricos e genealógicos, tanto os relacionados aos imigrantes germânicos de várias Colônias do País, quanto os publicados em inúmeros institutos, associações, revistas, boletins e periódicos, sem contar suas participações em diversos órgãos de radiodifusão e de telecomunicações. Integrou ao Clube 29 de Junho – Sociedade de Tradições Germânicas, ao Instituto Histórico de Petrópolis do qual foi Membro Titular,  Inquieto em tudo que  se refere aos fatos históricos dará prosseguimento a sua missão, qual arqueólogo a garimpar rochas e crateras, escavando o passado e a atualidade, movido pelo desejo e vocação apostólica de  servir, porque imprime amor e determinação em tudo que fez conforme está insculpido em I Coríntios Capítulo 13, 1-13.

    Nos enlevos das comemorações dos oitenta anos de existência do Instituto Histórico de Petrópolis e também de outras instituições que mercê dos céus e sob o pálio da doce Mãe do Filho Redentor e nossa, do hercúleo esforço de seus abnegados diretores ultrapassaram um século e outras meio século ou um quarto de centenário a exemplo da Academia Petropolitana de Letras (96) e Academia  Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni (35) todas, sem exceção, unem-se em aplausos ao querido 32º B.I.M.T.Z.(148) por tão brilhante trajetória. Neste epílogo reporto-me a Arnold Toynbee quando disse que “o relato da história é escrito pelos vencedores”. Paulo foi um desses vencedores por sua tenacidade, idealismo, amor e fé em tudo que se propôs a realizar. Cum Christo In Pace amigo. Vele por nós!

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