• Hezbollah contava vítimas de pagers e foi alvo de walkie-talkies-bomba; 20 morrem

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  • 19/set 07:25
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    O grupo radical xiita Hezbollah foi atingido nesta quarta-feira, 18, por outra onda de explosões em dispositivos de comunicação, no mesmo dia em que Israel sinalizou que estava caminhando para uma ação militar mais agressiva contra os militantes libaneses.

    Na ação de ontem, walkie-talkies usados pelo grupo explodiram em casas, carros e nas mãos de pessoas pelo país, deixando 20 mortos e mais de 450 feridos. Um dia antes, milhares de pagers de membros do Hezbollah explodiram quase simultaneamente, ferindo mais de 2,8 mil pessoas e matando 12.

    Os ataques desferiram um duro golpe contra o Hezbollah – uma importante força política no Líbano apoiada pelo Irã – e abalaram o país. Nos subúrbios de Beirute, houve pânico durante o funeral de dois combatentes, um paramédico e uma criança mortos nos ataques com pager.

    Na cena caótica, houve uma explosão com muita fumaça e corre-corre. Aos gritos, os participantes foram orientados a retirar as baterias de seus telefones.

    O Hezbollah, bem como oficiais dos EUA, disse que o serviço secreto de Israel, o Mossad, estava por trás dos ataques.

    As explosões aumentaram os temores de uma guerra maior. O Hezbollah tem disparado milhares de mísseis e drones contra o território israelense desde outubro em solidariedade ao Hamas, grupo terrorista com quem Israel está em guerra em Gaza desde os ataques de 7 de outubro.

    Militares israelenses não comentaram os ataques, mas seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse ontem, em uma declaração em vídeo, que Israel estava “no início de um novo período nesta guerra”.

    Sem mencionar as explosões no Líbano, ele disse que o “centro de gravidade” dos esforços militares de Israel estava “movendo-se para o norte”, enquanto o país desviava “forças, recursos e energia” para a ameaça representada pelo Hezbollah. A Força Aérea israelense afirmou ontem à noite que atacou agentes do Hezbollah e “alvos terroristas” no sul do Líbano.

    Pressão

    Em uma análise publicada ontem, o New York Times afirmou que a aparente decisão de Israel de lançar o ataque pode ter sido motivada por fatores políticos e operacionais. O plano de cessar-fogo para Gaza liderado pelos EUA está paralisado e, com ele, a esperança de um acordo diplomático com o Hezbollah para acalmar a fronteira norte. Em razão dos mísseis disparados pelo grupo, mais de 60 mil israelenses foram forçados a sair de suas casas na região. A pressão política para lidar com “o norte”, como os israelenses o chamam, tornou-se quase tão intensa quanto a que pede a libertação dos reféns ainda sob poder do Hamas, afirma o jornal.

    Dispositivos

    Dois oficiais de segurança libaneses e um oficial do Hezbollah disseram que alguns dos dispositivos que explodiram ontem eram rádios portáteis pertencentes a membros do grupo. Um dos dispositivos era um walkie-talkie da marca Icom, segundo dois oficiais com conhecimento do assunto. Não estava claro de qual empresa o Hezbollah comprou os aparelhos.

    Os rádios que explodiram ontem eram maiores e mais pesados do que os pagers detonados em todo o país na terça-feira e, em alguns casos, provocaram incêndios maiores, de acordo com uma análise do New York Times das evidências visuais disponíveis.

    Incêndios eclodiram em pelo menos 71 casas e lojas, e 18 carros e motocicletas pegaram fogo, segundo a Defesa Civil Libanesa. Os dispositivos de comunicação envolvidos nos ataques ontem eram aparentemente o modelo IC-V82, um rádio bidirecional da marca japonesa Icom. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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