Herculano Borges da Fonseca
Relembrar Herculano Borges da Fonseca é motivo de grande satisfação para mim, eis que se trata de recordar também um querido amigo já falecido, Antônio Carlos Borges da Fonseca, seu filho, que conosco privou, por muitos anos, com sua família.
Herculano Borges da Fonseca, nascido no Rio de Janeiro em 04 de junho de 1920 fez seus estudos, de início, nesta cidade de Petrópolis junto ao Liceu Fluminense e após na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, GB.
Diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, havendo concluído outros cursos de extensão universitária.
Em razão de sua brilhante inteligência e notável saber, fez integrar inúmeras entidades públicas e privadas tendo ocupado cargos da maior relevância, inclusive de assessor econômico junto à Presidência da República e de vários Ministros da Fazenda.
Integrou o Instituto dos Advogados Brasileiros onde ocupou a função de vice-presidente; a Internacional Law Association; a Inter-American Bar Association ; o Institut International de Finances Publiques e o Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio, dentre tantas outras entidades.
Foi ainda sócio da ABI e da Sociedade de Homens de Letras do Brasil.
Destacou-se, outrossim, na condição de criador e primeiro Diretor do Departamento Econômico da Superintendência da Moeda e Crédito – SUMOC.
Na qualidade de mestre, foi professor do Curso de Gerência de Capitais da Pontíficia Universidade Católica e de Economia Internacional da Faculdade de Economia da Universidade do estado da Guanabara.
Em Petrópolis, na Faculdade de Direito da UCP, foi professor de História do Pensamento Econômico e titular da cadeira “Moeda e Bancos”.
Borges da Fonseca, literato de escol, sempre muito apreciado e respeitado e foi por isso mesmo conduzido à Academia Carioca de Letras em 05 de dezembro de 1972, sendo saudado pelo acadêmico Othon Costa.
Naquela Academia ocupou a cadeira nº 18 patronímica de Visconde de Taunay.
No discurso de posse o acadêmico Othon Costa fez demonstrar acerca de inúmeras obras publicadas pelo novo acadêmico, ressaltando, entretanto, com destaque, com relação aquela publicada e intitulada “Instituições financeiras do Brasil”, aduzindo: “… Para que se tenha uma idéia da importância e valor dessa vossa obra, que chamais de esboço, mas que na verdade, é um retrato de “corpo inteiro do sistema financeiro nacional…”.
A obra em questão, com o texto integral publicado em português, inglês e francês, “… com oito prefácios dos mais categorizados vultos de nosso mundo financeiro, sendo o primeiro do Ministro Delfim Netto”.
Um dos prefaciadores, entretanto, o economista Ernane Galvêas, então Presidente do Banco Central, a propósito da obra em tela emitiu os seguintes conceitos: “Esta obra é mais um ato pioneiro de Herculano Borges da Fonseca. Ela contém matéria prima que é de grande utilidade no presente e poderá ser aproveitada, no futuro, por outros pesquisadores que desejam fazer um estudo das instituições financeiras do Brasil no início desta sétima década”.
Todavia, o ilustre brasileiro além da obra em causa, deixou ainda publicadas mais quatro de igual gabarito, além de contos e criticas literárias que fez premiar a seus leitores, em quantidade e qualidade inestimáveis.
Herculano Borges da Fonseca se foi, como tantos brasileiros de igual cabedal, embora não o tendo conhecido pude vivenciá-lo através de relatos que me foram feitos pelo filho Antônio Carlos, sempre a relembrar a figura do pai, com suas irmãs, com carinho e na certeza que durante sua vida colaborou sobremaneira para o engrandecimento do nosso país, em razão da competência e dignidade no tocante à prática de seus atos.
Através destas linhas faço relembrar, também, o filho, Antônio Carlos, o qual de onde esteja há de nos ouvir na condição de amigo que foi, dos mais queridos, como de minha família.