Henry abandona redes sociais e pede regulamentação sobre comentários racistas
Campeão mundial com a França em 1998, Thierry Henry alertou seus seguidores que irá deletar todas as suas contas em redes sociais. A decisão foi tomada em forma de protesto em decorrência do elevado número de ataques racistas que jogadores negros recebem nas plataformas. Henry explicou que só voltará a utilizá-las quando houver uma regulamentação que incida sobre comentários inadequados.
“A partir de amanhã (sábado), vou me retirar das redes sociais até que as pessoas no poder (das redes) possam regular suas plataformas com o mesmo vigor e ferocidade que fazem atualmente quando os direitos autorias são violados”, escreveu Henry, em seu perfil do Instagram.
O ex-jogador francês afirma que “o grande volume de racismo, intimidação e tortura mental” é muito tóxico para ser ignorado. “Tem de haver alguma responsabilidade. É muito fácil criar uma conta, usá-la para intimidar e assediar sem consequências e permanecer anônimo”, escreveu.
Henry, que deixou o cargo de técnico do CF Montreal, em fevereiro, devido sua impossibilidade de viajar em meio à pandemia da covid-19 para ver sua família, possui cerca de 2,7 milhões de seguidores no Instagram e 2,3 milhões no Twitter. Ele disse ainda que espera voltar logo às redes, na expectativa de que uma ação rápida seja tomada por parte das plataformas.
“Até que essas mudanças ocorram, vou desabilitar todas as minhas contas em redes sociais. Espero que isso ocorra logo”, disse. Henry foi um dos destaques do futebol mundial entre 1994 e 2014. Ao longo de sua carreira, não se calou diante das agressões sofridas por atletas negros no futebol. O meia-atacante brasileiro Willian, do Arsenal, denunciou, em fevereiro, diversos ataques racistas que sofreu nas redes sociais também.
Em seu perfil no Instagram, o brasileiro publicou as ofensas e fez um breve desabafo clamando por mudanças. “Pelo que eu vejo, muitas vezes as autoridades que podem fazer alguma coisa não fazem. As pessoas estão tratando esse assunto como normal. Está errado. Não faz parte, não está bom e não está normal. Racismo é crime”, reforçou o meio-campista, em entrevista ao Estadão após o acontecimento.