Haddad sinaliza apoio a mudança no Planejamento
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), favorito para assumir o Ministério da Fazenda, sinalizou que apoia mudanças na estrutura do Ministério do Planejamento. “Eu acho que o Planejamento fica, às vezes, muito prejudicado por essa demanda diária. Quando você tem secretaria de planejamento e o mesmo ministro está tocando Orçamento, PPA, gestão, recursos humanos, logística, TI, não dá conta”, declarou o ex-MEC.
Como mostrou o Broadcast Político, antes mesmo de ser recriado, o ministério do Planejamento já é alvo de uma disputa interna no governo eleito, com uma ala a favor de turbiná-lo e, outra, de desidratá-lo.
“Há uma discussão sobre o local da secretaria de planejamento, qual é o melhor local para acolher essa secretaria para que ela não seja tragada pelas secretarias que tem curto prazo muito ostensivo: orçamento, gestão, logística, governo digital têm dia a dia muito pesado e isso muitas vezes traga o tempo do ministro que acaba não tendo disponibilidade para pensar planejamento de médio e longo prazo. É isso que está sendo discutido”, relatou Haddad. A decisão caberá ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A queda de braço sobre o futuro do Planejamento mira justamente quem deve assumir a cadeira. Há um grupo do PT insatisfeito com o aparente carimbo da pasta para a equipe “não petista” que se somou à campanha no conceito de frente ampla articulado por Lula para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ou seja, turbinar ou desidratar o Planejamento envolve diretamente quem estará à frente do Ministério e a necessidade de acomodar quadros históricos do partido.
Um Planejamento mais forte, contudo, é considerado nos bastidores do governo eleito fundamental para conseguir emplacar nomes de histórico liberal para o comando, como André Lara Resende, hoje mais distante dessa corrente do pensamento, e Persio Arida, favoritos para o posto.
Haddad voltou a defender um Orçamento para o ano que vem capaz de cumprir as promessas de campanha de Lula. “O orçamento do ano que vem não pode ser menor do que desse ano”, avaliou o favorito para o Ministério da Fazenda.