• Haddad: reunião no Planalto foi absolutamente trivial, especulações não fazem sentido

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  • 26/jun 18:01
    Por Amanda Pupo e Fernanda Trisotto / Estadão

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou afastar nesta quarta-feira, 26, as especulações que surgiram pelo fato de o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, ter participado na terça de reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o decreto da meta contínua. Segundo Haddad, a presença de Galípolo se deveu ao fato de ele ter sido o diretor na autoridade monetária que encabeçou o debate sobre o novo regime de meta de inflação, enquanto, na Fazenda, o tema foi tocado pelo secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.

    Haddad começou sua declaração à imprensa após o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter confirmado a meta de inflação em 3% com esses “esclarecimentos” sobre a presença de Galípolo na reunião com Lula.

    Segundo o ministro, o diretor do BC foi chamado para o encontro para esclarecer o motivo de o decreto estabelecer que a meta será considerada descumprida quando a taxa desviar-se por seis meses consecutivos do intervalo de tolerância. De acordo com Haddad, a escolha desse prazo foi alvo de dúvidas da Casa Civil.

    O ministro afirmou também que “especulações” sobre o motivo de Galípolo, e não Roberto Campos Neto, ter ido a reunião não “fazem o menor sentido”. Como já vem mostrando o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Galípolo é tido como um dos principais cotados para a indicação à presidência da autoridade monetária. “Reunião foi absolutamente trivial, com diretor que cuidou disso pelo BC, especulações sobre porque um estava, outro não estava, não fazem menor sentido porque eram os dois dirigentes que estavam tratando sobre o assunto para esclarecer esse um ponto do decreto”, declarou Haddad, segundo quem Galípolo informou a Campos Neto que iria ao Planalto para tratar desse assunto.

    Haddad também afirmou que o decreto publicado nesta quarta foi negociado com toda a área econômica, incluindo o Banco Central, chamando atenção ainda para o fato de a experiência internacional sobre o funcionamento da meta contínua ser pouco sólida, especialmente para o tratamento dado no momento em que o resultado da inflação ultrapassa a meta.

    “A meta contínua desobriga o CMN a todo ano fixar meta de inflação. Lembrando que o próprio decreto diz que qualquer mudança tem que ser feita com antecedência mínima de 36 meses”, observou o ministro, que classificou a reunião do CMN como “amistosa”.

    Segundo ele, foram oito votos dos mais “variados temas” no encontro. “O ponto da meta contínua está mais que consolidado, presidente da República validou entendimento da área econômica como um todo, assim como o arcabouço fiscal”, disse.

    Sobre o fato de o governo ter demorado um ano para publicar o decreto, após o anúncio da mudança de regime, Haddad argumentou que a formalização tinha que acontecer agora, justificando ainda que o novo regime funcionará após o fim do mandato da presidência de Campos Neto. “Isso foi decidido no ano passado, foi pactuado com o BC, respeitar o mandato do Campos Neto”, respondeu.

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