• Hackers da Coreia do Norte invadiram uma das principais empresas de mísseis da Rússia

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  • 07/08/2023 16:35
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    Um grupo de hackers da Coreia do Norte invadiu as redes de uma das mais importantes empresas de mísseis da Rússia no ano passado, segundo a Agência Reuters. As invasões duraram pelo menos cinco meses, do final de 2021 até maio de 2022.

    De acordo com as informações da agência, equipes norte-coreanas de ciberespionagem conhecidas como ScarCruft e Lazarus conseguiram entrar no sistema da empresa russa NPO Mashinostroyeniya, que fica em Reutov, cidade próxima da capital Moscou.

    Não foi possível descobrir se algum dado foi obtido pelos norte-coreanos durante os meses em que praticaram atividades de espionagem. Contudo, a Coreia do Norte anunciou novos desenvolvimentos em seu programa de armamentos no ano passado.

    A companhia é conhecida por desenvolver mísseis hipersônicos, tecnologias de satélite e armamentos balísticos. As áreas de expertise da empresa russa interessam ao regime de Kim Jong-un desde que a Coreia do norte decidiu criar um míssil balístico intercontinental que poderia atingir os Estados Unidos.

    A Reuters tentou entrar em contato com a empresa russa e com a embaixada da Rússia em Washington, mas não obteve resposta. A agência também tentou obter algum comunicado da delegação da Coreia do Norte na ONU, mas também não teve sucesso.

    A notícia das atividades de espionagem de hackers da Coreia do Norte ocorre após a visita do ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, a Pyongyang no final do mês passado. O político russo se reuniu com o líder norte-coreano Kim Jong-un para discutir questões militares e o ambiente de segurança regional.

    A visita também ocorreu para celebrar 70º aniversário de um armistício que interrompeu os combates na Guerra da Coréia de 1950-53.

    A Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) afirmou que Kim e Shoigu conversaram no dia 27 de julho em Pyongyang e chegaram a um consenso sobre “assuntos não especificados de interesse mútuo no campo da defesa e segurança nacional e no ambiente de segurança regional e internacional”.

    Testes

    Em julho, o país asiático fez o primeiro teste com um míssil balístico de longo alcance em três meses. O lançamento do míssil intercontinental ocorreu apenas alguns dias depois que o país protestou contra a suposta violação de seu espaço aéreo por um avião dos Estados Unidos.

    Este lançamento coincidiu com a participação do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, na cúpula da Otan que ocorreu em Vilna, capital da Lituânia.

    A última vez em que a Coreia do Norte havia lançado um míssil deste porte foi em 13 de abril deste ano, quando disparou um Hwasong-18, seu primeiro míssil balístico de longo alcance, que utiliza combustível sólido, mais eficiente que o líquido.

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