Há 65 anos, morria Getúlio Vargas. Ex-presidente querido dos petropolitanos
No dia 24 de agosto, na cidade do Rio de Janeiro, morria, aos 72 anos, o ex-presidente da República, Getúlio Vargas. Por passar longas temporadas na Cidade Imperial, Getúlio era querido pelos petropolitanos. Durante os seus 19 anos de governo, quatro mandatos, Getúlio sempre visitava Petrópolis, deixando como legado o Museu Imperial, criado a partir de um decreto assinado por ele em 1940.
Fotografias do acervo histórico e imagens do cineasta César Nune mostram Vargas caminhando pela Avenida Koeler e interagindo com as pessoas. Um dos intelectuais que ele se aproximou foi o médico Alcindo Sodré, que desde menino tinha o sonho da construção de um museu sobre a família imperial na cidade serrana.
“Petrópolis era considerada capital diplomática do país no período imperial, e manteve esse status mesmo após a proclamação da república. No período Imperial quando o imperador vinha, toda a corte o acompanhava. Mas esse status, de importância política, se manteve no período republicano, eu diria, até a mudança da capital para Brasília. Então, todos os presidentes da república, passavam temporadas aqui, mas Getúlio Vargas talvez tenha sido o que mais passava longas estadias em Petrópolis”, conta a historiadora e pesquisadora do Museu Imperial, Alessandra Fraguas.
O Museu Imperial pode ser considerado um dos maiores legados deixados pelo ex-presidente para os petropolitanos. Criado através de um Decreto-Lei nº 2.096, assinado no dia 29 de março de 1940, por Vargas, que acompanhou de perto as obras, a constituição do acervo e determinando transferências de outras instituições para Petrópolis.
Inaugurado no dia 6 de março de 1943, na comemoração do centenário de Petrópolis, o Museu Imperial, é um dos mais importante ponto turístico da cidade, preservando a memória de uma época na própria residência de verão da Família Imperial.
O Museu funciona no antigo Palácio de Verão de Dom Pedro II, que pertenceu a família imperial até 1939, quando foi comprado pelo governo do estado do Rio de Janeiro. No acervo, são encontradas peças ligadas à monarquia brasileira, incluindo mobiliário, documentos, obras de arte e objetos pessoais de integrantes da família imperial.
“O projeto não era dele, mas o empenho dele, para a criação do Museu e para a criação das coleções do Museu foram muito grandes. Ele tinha uma aproximação muito grande com os políticos locais, com os intelectuais petropolitanos. Eu percebo claramente, um movimento dele em a aproximar a sua imagem com a imagem do próprio Imperador. É ele que inaugura o mausoléu dos imperadores na Catedral, em 1939. Nesse dia ele faz até o chamado Pronunciamento para a história, que foi transmitido pelo rádio, falando sobre as qualidades do Imperador, mas que na verdade eram qualidades que deveriam ser continuadas pelos governadores republicanos, e principalmente qualidades dele mesmo”, disse Alessandra.
“No acervo, além das fotografias, o Museu Imperial possui uma pedra de quando ele sofreu um acidente subindo a Serra. Nas fotografias podemos ver ele acompanhando as obras para a transformação do palácio em museu, temos o livro de ouro, onde consta a assinatura de Getúlio como primeiro visitante do Museu”, continua a pesquisadora.
No Palácio Rio Negro, petropolitano e visitantes podem conferir os quartos do ex-presidente. No dormitório, estão relíquias como a cama, criados-mudos e um móvel utilizado como lavatório. No quarto de vestir, é possível encontrar armários, espelhos e até os chapéus que foram usados por Vargas nas décadas de 1930 a 1950.
Getúlio, está sepultado em São Borja, Rio Grande do Sul. Foi presidente entre os anos de 1930 e 1945 e, posteriormente, entre 1951 e 1954.