Guerra das pesquisas: epidemia de levantamentos sob suspeita

Nas últimas eleições, as enquetes em redes sociais dominaram, mas, este ano, o país vive um boom de pesquisas eleitorais. Porém, nem tudo são flores. Casos de denúncias de levantamentos fraudados ou manipulados pipocam em todos os estados. Em algumas situações, a justiça eleitoral está derrubando pesquisas com indícios de irregularidade. O barateamento dos custos (a gente desconfia que possam ser feitos estudos do tipo com baixo orçamento) aumentou a quantidade de pesquisas. Até a semana passada, eram 8,2 mil levantamentos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, uma soma de 2,2 mil pesquisas a mais do que em 2020. E com a perspectiva de aumentar ainda mais na reta final da campanha.

Petrópolis entra na lista

No Estado do Rio, há 18 pesquisas denunciadas pelos concorrentes. Petrópolis, que até estava de fora dessa contagem, entrou no ranking. Candidatos como Blog, Santoro e Bomtempo se manifestaram apontando indícios de erros, como divergências entre números maiores na “espontânea” em comparação à “estimulada” (caso apontado por Santoro); erro no partido do candidato (caso de Bomtempo) e até mesmo a inclusão do nome de um candidato desistente, quase um mês depois de ele ter renunciado, destacado por Eduardo Blog, e por aí vai.

Eu te disse

Bem que a gente tinha falado lá atrás sobre a estranheza de pesquisas custarem R$ 8 mil e ainda serem executadas por empresas recém-abertas.

A conferir

De acordo com os candidatos que refutam as pesquisas, Blog diz que está no segundo turno e Santoro garante que não fica na lanterna.

Mais pesquisas na “fila”

Além das pesquisas já divulgadas, mais cinco foram registradas. O Gerp foi contratado pela Tribuna da Imprensa/Jornal Última Hora por R$ 6 mil para 500 entrevistas, levantamento que termina no dia 02. A mesma Tribuna da Imprensa/Jornal Última Hora contratou o NCF News para 500 entrevistas ao custo de R$ 8 mil, pesquisa que terminou no dia 24. Tem ainda levantamento da Mappa Geopolítico, contratada pela Dinâmica Comunicação, para 500 entrevistas ao custo de R$ 10 mil, que terminou o levantamento no dia 28. Há também a pesquisa Prefab Future, contratada pela Plus Agência, para 1.000 entrevistas ao custo de R$ 18 mil, levantamento encerrado no dia 29. E, por último, com previsão de término na quarta-feira, dia 02, a pesquisa da Verita, bancada pelo próprio instituto, com 810 entrevistas ao custo de R$ 32.157,00.

No escuro

A confusão na cabeça do eleitor ou a falta de acesso à informação é proposital. O fato de não haver propaganda eleitoral de Petrópolis na TV é um exemplo disso. O mesmo acontece com a onda de pesquisas, cada uma colocando um concorrente em primeiro lugar e afastando o eleitor da realidade. Assim, acreditam eles, o voto no escuro pode ser uma boa.

Onde denunciar

Além dos candidatos, os próprios eleitores podem denunciar pesquisas com suspeita de fraude ou que não tenham sido registradas no TSE, como manda a lei. As denúncias podem ser feitas pelo Sistema de Alertas de Desinformação Eleitoral, que também recebe todo tipo de denúncia de irregularidade, seja praticada por candidatos, partidos ou pelos próprios eleitores.

Denúncias

Na reta final da campanha, a temperatura esquentou. Eleitores vêm denunciando a distribuição de panfletos nas portas das igrejas – isso nunca acaba bem – tem jingle com paródia de música, carro de som em altos decibéis por toda a cidade, inclusive no Centro… e por aí vai.

Contagem

Petrópolis está há 1 ano e 141 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Por favor!

Não custa avisar aos nossos queridos candidatos a vereador, desesperados por votos: não mandem mensagem no WhatsApp para seus eleitores tarde da noite ou até mesmo na madrugada. É voto perdido na certa.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br