Guédon: situação financeira era anunciada
Atual situação financeira e política de Petrópolis, na avaliação de Philippe Guédon, é grave e vai ficar pior, pois até o momento o governo que sai e o que vai entrar estão apenas discutindo no campo político, sem citar em nenhum momento as políticas públicas. Para ele, a situação financeira é grave, mas “já havia sido anunciada no início do segundo mandato da ex-presidente Dilma e o colapso do estado também era conhecido em função dos dados do regime próprio de previdência. Ambos, prefeito atual e o eleito, já conheciam essa situação”.
Citando vários pontos e temas, Guedon frisou que a crise existente no país está diretamente relacionada ao monopólio criado pelos partidos, que indicam os candidatos e depois tentam ou interferem nas administrações públicas. “Infelizmente, Bernardo Rossi vai sofrer com isso, pois representa um partido e vão querer de alguma forma impor a ele determinadas posições que não atendem ao interesse da população”.
Para ele, na situação atual, o futuro governo deverá optar em promover a participação popular em seu governo, cumprindo assim o que determina o Estatuto das Cidades e outras legislações, ou se fechando numa política partidária. “É importante ressaltar que nenhum candidato ao Poder Executivo apresenta programa de governo, mas sim uma proposta, pois é isto que determina a lei 12.034. Dizer que é programa é errado, até porque ninguém cumpre”, comentou.
Com relação à transição de governo, Philippe Guedon disse que o diálogo é importante, mas se não é possível basta que ambos – quem sai e quem entra – cumpram o que determina a Lei Orgânica Municipal (LOA) em seu artigo 79 e o Estatuto das Cidades. “O que estamos vendo é um divórcio da máquina pública com o povo, basta ver que o Legislativo municipal tem se mostrado ineficiente e da maneira como está não se faz necessário”.
Para Philippe Guedon, o fim do governo Bomtempo é “melancólico”. Na sua avaliação, ele criou uma expectativa, mas não cumpriu e isto acabou desiludindo a população, mesmo reconhecendo que em algumas áreas, como o Hospital Alcides Carneiro (HAC), apesar de apresentar problemas, houve um grande avanço se comparado com hospitais de outros municípios. Ao falar sobre isso, Guedon lembrou o último mandato do prefeito Paulo Rattes, que viveu um dos melhores momentos ao problema na primeira metade do governo com a participação popular, mas que terminou da pior maneira possível.
Mesmo torcendo que Bernardo Rossi faça o melhor, Philippe Guedon frisa que o futuro governo vai começar na mesma situação em que o governo Bomtempo termina. “Ele terá diversas limitações criadas pela crise econômica, por dificuldades administrativas e vai pegar uma prefeitura desarrumada e sem planejamento, o que é ruim, pois sem planejar não é possível realizar uma administração séria para dar solução a uma máquina administrativa inchada”..