Guarda Civil receberá capacitação para o atendimento de mulheres vítimas de violência

A prefeitura anunciou na semana passada a capitação da Guarda Civil Municipal (GCM) para o atendimento de mulheres vítimas de violência. O objetivo é preparar todos os agentes para atuação baseada na Lei Maria da Penha. A iniciativa é uma parceria com o Gabinete da Cidadania. Serão montadas turmas diárias de 12 agentes durante duas semanas.

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“É de extrema importância que nossa Guarda tenha essa preparação em prol da segurança das mulheres do município. Durante uma reunião do Comdim, conversei com a subcomandante sobre essa questão da violência contra a mulher, ela foi muito solícita e sugeriu esse curso para os agentes. É um ganho para nossa sociedade”, contou a coordenadora do Gabinete da Cidadania e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Anna Maria Rattes.

“O objetivo é aprimorar a capacidade da GM para atuar nas situações de violência doméstica e contra a mulher. Para isso vamos sinalizar alguns pontos importantes no acolhimento, como a escuta atenta à história da mulher e sua legitimação, a importância de não tecer julgamentos prévios e a orientação inicial sobre os direitos da mulher”, explicou a psicóloga do CRAM, Liane Diehl.

No mês passado, foi divulgado um levantamento realizado pelo Datafolha, encomendado pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), sobre o impacto da violência contra as mulheres no Brasil e o resultado foi alarmante. Em 2018, 1,6 milhão de mulheres foram estranguladas ou sofreram alguma tentativa. Vítimas que passaram por assédio representam 37,1% das mulheres no Brasil, ou seja, 22 milhões de mulheres. Os casos de violência, 42% aconteceram dentro de casa e mais da metade, 52%, não denunciou nem procurou ajuda. A pesquisa aponta que 76,4% das agressões são feitas por alguém conhecido da vítima e as mulheres negras e pardas são mais vitimadas que as brancas, e as jovens, mais do que as mais velhas.