Após o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) recomendar à Secretaria de Educação o adiamento do retorno das aulas no modelo híbrido, devido a falta de mais da metade dos itens de alimentação no Galpão da Merenda Escolar, o Grupo de Trabalho que conta com representantes de diversas instituições da educação no município, e o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-Petrópolis) enviaram também uma recomendação pedindo o adiamento. O documento assinado pelo Grupo faz novos apontamentos e revela a insuficiência de profissionais para trabalhar na cozinha, inspeção escolar e serviços gerais nas unidades escolares.
No documento, o GT pede que sejam providenciados os gêneros e insumos necessários para garantir a alimentação escolar completa aos estudantes nas atividades presenciais. E a contratação em caráter de urgência de profissionais da educação não-docentes para suprir a carência de vagas na rede, tendo em vista o preparo e fornecimento da alimentação na escola e o atendimento a todos os protocolos sanitários previstos no Plano Municipal de Retorno às Aulas Presenciais.
Outro ponto levantado pelo GT, é a necessidade de disponibilizar computadores ou notebooks para que os profissionais possam realizar as atividades pedagógicas no período reservado ao ensino não-presencial. E amplo acesso à internet de alta velocidade em todas as unidades escolares, compatível para acesso simultâneo, em vista ao ensino híbrido.
A Prefeitura concluiu no último dia 13, a licitação para aquisição de equipamentos eletrônicos para a educação. O pregão previsto em R$ 12 milhões foi finalizado em R$ 711 mil porque quatro dos nove itens da lista foram fracassados. Foram adquiridos 150 computadores, 150 monitores e 10 nobreaks. O documento pede que os itens sejam o quanto antes disponibilizados para os professores.
O pedido do grupo de trabalho reforça um ofício enviado do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ) enviado nesta semana à Secretaria de Educação que pede a suspensão das aulas no modelo híbrido até que sejam garantidas condições básicas de segurança aos alunos. No documento, o Sepe também ressalta a questão epidemiológica. “com o avanço da variante Delta por todo o Estado do Rio de Janeiro e com os diversos casos de contaminação de COVID nas unidades escolares do Município e entre os profissionais da educação (amplamente divulgadas pela imprensa), há de se ressaltar que não existem condições mínimas para o desempenho satisfatório das atividades presenciais, a partir do dia 24 de agosto, conforme exposto anteriormente, dada a carência de profissionais; a não aquisição de equipamentos tecnológicos para o trabalho dos profissionais envolvido a não disponibilização de alimentação escolar adequada, entre outros fatores”, diz um trecho do documento.
O Grupo de Trabalho que assina o documento foi formado no ano passado pela Secretaria de Educação para elaborar o Plano Municipal de Retorno às Aulas Presenciais. O grupo tem mais de 40 integrantes e conta com a participação do Ministério Público, Secretaria de Educação, Conselho Municipal de Educação (COMED), secretarias de Saúde e Assistência Social, além de representantes de diversas categorias como apoio, professores, educadores, diretores, orientadores, especialista em Atendimento Educacional Especializado (AEE) e responsáveis por escolas particulares.
A Tribuna consultou a Prefeitura sobre os apontamentos feitos no documento e aguarda resposta.