Greve dos bancários prejudica economia
A greve dos bancários, ainda não tem previsão de terminar. Os dados mostram uma grande adesão por parte dos trabalhadores do ramo financeiro, que fecham mais de 13,2 mil agências e 29 centros administrativos de todo o Brasil. Os impactos de toda essa paralisação estão começando a ser sentidos no comércio, que tentava se fortalecer depois da retração por causa da crise econômica. A Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que esse prejuízo seja próximo de 5,95% nas vendas por dia.
Em Petrópolis, os lojistas reclamam. “Entendemos que eles são trabalhadores como nós, e que eles estão dentro de um direito, mas alguém tem que tomar uma providência. O patronal deles têm que se pronunciar e eles precisam chegar a um acordo. Greve a essas alturas da economia não é uma boa ideia. O Brasil acabou de enfrentar uma retração e precisa de impulso para o desenvolvimento. Com esses bancos fechados temos um empecilho a mais. Eles precisam dar um jeito nisso logo!”, disse o comerciante Hélio Fernandes, proprietário de uma loja de moda masculina. Para o presidente do Sindicato dos Comerciários de Petrópolis, Marcelo Fiorini, a situação é bem complicada. “A greve já está se alongando demais, apesar de todos os instrumentos que existem atualmente.
Com as agências fechadas há menor circulação de dinheiro no comércio, no mercado, e isso acaba impactando nas vendas. Sem contar que essas filas que as pessoas enfrentam nas poucas agências que abrem no revezamento são um transtorno e muita gente acaba deixando de ir ao banco. Temos que considerar também que alguns caixas eletrônicos ficam sem dinheiro. Com isso, o comércio sempre é prejudicado. Tudo de ruim que acontece acaba repercutindo nas vendas”, frisou.
Ontem, 12 agências do Itaú, seis do Banco do Brasil e quatro da Caixa Econômica Federal se mantiveram fechadas, resultando num total de 431 funcionários de braços cruzados nessas 22 agências de Petrópolis. Em resposta à falta de negociação, e também às críticas, nas portas dos bancos há um aviso – “Agência fechada. Reclame com a Fenaban” – se referindo à Federação Nacional dos Bancos, espécie de “patronal” dos bancos. O presidente do Sindicato dos Bancários (SindBancários) de Petrópolis explicou. “Esses cartazes são colados para que os clientes e usuários da instituição financeira ajudem a pressionar a Fenaban para apresentar uma proposta digna e dar fim à greve”, completou Marcos Alvarenga.
A Tribuna questionou o sindicato sobre o andamento das negociações, mas nossa equipe foi informada de que não há nenhuma novidade. O funcionamento das agências bancárias privadas seguem em revezamento. Já Banco do Brasil e Caixa Econô- mica não abrem as portas desde o início do movimento.