Greve, baderna e agressões João Roberto Gullino Honorário da APL
Quando Millôr Fernandes iniciou seu trabalho na velha revista “O Cruzeiro”, na década de ´40, ocupava duas páginas com o título de “Pif-Paf” e se assinava como “Vão Gogo”. Era a sessão preferida. Lá, entre várias partes, tinha o “Teatro Corisco, de pano rápido”. E o diálogo que li há pouco, se encaixaria perfeitamente nele: – “Mestre, o que é felicidade? – É não dialogarmos com incultos – Não creio que seja isto. – Você tem razão!”.
Num país de incultos e egocêntricos, é impossível de se dialogar, se só agem pela força e não pela razão. Assim são as greves, “pululadas” de ignorantes baderneiros que conduzem e incentivam toda uma alcatéia de lobos famintos e sedentos de desordem, quando quebram tudo pelo prazer recalcado de uma revolta interior – mesmo sem atinar o “porquê” – se esta é a principal finalidade, ignorando os propósitos que não possuem – sempre em prejuízo da coletividade, mas que pouco lhes importa pela eventual possibilidade de saquear algum estabelecimento. É nestas horas que a dita “democracia” perde a sua liberdade em defesa e proteção de inocentes – pelo menos assim deveria ser, mas que a polícia é cerceada apesar das agressões sofridas pelos incautos, se defendendo de pedras e objetos pesados que podem ser fatais. Resumindo, greve é sinônimo de violência e baderna, isto é, terrorismo urbano.
Aliás, os Sindicatos, que se sustentam dentro da lei, não seguem os princípios de sua finalidade – defender seus associados na base do diálogo, não da violência. E sua figura foi muito bem retratada há décadas num filme com Marlon Brando, – “Sindicato de ladrões” – que, paralelamente, ainda viceja por aqui.
Por isso são necessários os devidos parâmetros – de um lado, com as passeatas pacíficas que os esquerdistas alcunhavam de “golpe” e no outro extremo, com a reação dos militares em ´64, quando não havia condições de separ “alhos dos bugalhos” pela violência instalada, como quando, por duas vezes, em passeata, sindicalistas invadiram minha pequena indústria na beira da rua Washington Luiz para arregimentar meus funcionários que todas as vezes se recusaram a sair. Até hoje sou-lhes grato por tal comportamento sem minha interferência – por isto mantenho, após tantos anos, uma convivência cordial de amizade com todos, que me procuram e muito me sensibilizam.
Por isto que, parodiando o “slogan” do antigo noticiário do rádio, “Repórter Esso”, comandado pelo marcante locutor Heron Domingues – nós, mais velhos, somos “testemunha ocular da história”. – jrobertogullino@gmail.com