• Gramsci, Heidegger, Confúcio, Liberdade e Verdade

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  • 29/10/2022 08:00
    Por Gastão Reis

    Comecemos por Gramsci, filósofo muito popular, que tem seguidores fervorosos no Brasil. Eu gravei, há cerca de 5 anos, um vídeo intitulado “A Enganação de Gramsci”, onde expus, de modo sucinto, a ma-fé dele e de sua proposta de tomada do poder pelo proletariado. (Link disponível no final deste artigo). A novidade em Gramsci em relação a Marx foi inverter a ordem dos fatores: não era a infraestrutura econômica que dava as cartas ao longo da História, mas sim a superestrutura, ou seja, as instituições vigentes.

    Dito em palavras mais diretas. O poder não emana apenas do dinheiro, mas, em boa parte, da cultura, da família, do sistema educacional, dos sindicatos etc. E foi assim que ele criou a figura do intelectual orgânico, que iria ser um divulgador da cultura e valores do proletariado, vale dizer, dos explorados pela burguesia dominante. Para Gramsci, a verdade é basicamente a da classe social dominante. Mas, atenção, o dito intelectual orgânico deveria fazer isso sorrateiramente, sem que as pessoas percebessem o processo em andamento, o que revela má-fé. E má-fé é companheira de cama e mesa da mentira.

    O intuito era substituir o tripé da cultura ocidental, expresso por Bento XVI, – direito romano, filosofia grega e moral judaico-cristã –, pela luta de classes pregada por Marx como motor da História. Sabemos no que deu. Luta de classes e amor ao próximo, valor maior do cristianismo, são água e óleo. Daí a incompatibilidade intrínseca entre tais princípios e a falta de princípios do outro lado. Aquilo que Lênin recomendava, cinicamente: acuse seu inimigo daquilo que você é. Absorver tal (i)moralidade exige destroncamento cerebral. 

    Heidegger, que é reconhecido como filósofo de peso, lia em grego, em latim, era profundo conhecedor da obra de Aristóteles e da filosofia grega em geral. E isso sem mencionar os textos de São Paulo, Agostinho e Lutero. Quando jovem, queria ser padre, pois sua família era católica praticante. Ele fez, de fato, um alerta a ser levado a sério sobre os avanços desumanizadores da tecnologia moderna. Filmes recentes como “O Exterminador do Futuro” e avanços na robótica abrem as portas para um novo mundo com riscos potenciais na criação de uma sociedade de robôs, aquela queridinha de Stálin.

    Não é preciso muita imaginação para seguir o cordão umbilical entre Gramsci e o nazismo a despeito dele se assumir marxista. Ambos defendem a manipulação dos meios de comunicação para atender a intentos políticos que se revelaram desastrosos para a humanidade. Qualquer dúvida, basta lembrar da famosa frase de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, em que afirmava que uma mentira repetida mil vezes se tornava verdade. Gramsci não era tão truculento como Goebbels, mas o efeito final é muito parecido.

    Voltemos agora no tempo, meio milênio antes de Cristo, para examinar a figura de Confúcio. A filosofia dele pregava uma moralidade pessoal e governamental com procedimentos corretos nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. O compromisso fundamental do intelectual para ele era com a liberdade e a verdade, mesmo que para defendê-las corresse até risco de vida.

    Passados mais de 2400 anos, nos “Analectos”, ou “Diálogos de Confúcio”, ele foi ao âmago da questão do papel do intelectual, que jamais deveria colocar sua consciência à venda. Levando em conta que o filósofo é, sem dúvida, um intelectual, nem Gramsci, nem Heidegger passam neste teste. Ambos acabaram vendo no poder o mestre a ser servido. Ou dispostos a lutar, a todo custo, para implantar o sistema de poder que lhes parecia adequado. Eventuais titulações por universidades de renome não os redimem dessa falha desastrosa como seres humanos, mesmo que suas obras filosóficas tenham fôlego e servissem de alerta para certos riscos que a humanidade estaria correndo.

    Comecemos por Gramsci, filósofo muito popular, que tem seguidores fervorosos no Brasil. Eu gravei, há cerca de 5 anos, um vídeo intitulado “A Enganação de Gramsci”, onde expus, de modo sucinto, a ma-fé dele e de sua proposta de tomada do poder pelo proletariado. (Link disponível no final deste artigo). A novidade em Gramsci em relação a Marx foi inverter a ordem dos fatores: não era a infraestrutura econômica que dava as cartas ao longo da História, mas sim a superestrutura, ou seja, as instituições vigentes.

    Dito em palavras mais diretas. O poder não emana apenas do dinheiro, mas, em boa parte, da cultura, da família, do sistema educacional, dos sindicatos etc. E foi assim que ele criou a figura do intelectual orgânico, que iria ser um divulgador da cultura e valores do proletariado, vale dizer, dos explorados pela burguesia dominante. Para Gramsci, a verdade é basicamente a da classe social dominante. Mas, atenção, o dito intelectual orgânico deveria fazer isso sorrateiramente, sem que as pessoas percebessem o processo em andamento, o que revela má-fé. E má-fé é companheira de cama e mesa da mentira.

    O intuito era substituir o tripé da cultura ocidental, expresso por Bento XVI, – direito romano, filosofia grega e moral judaico-cristã –, pela luta de classes pregada por Marx como motor da História. Sabemos no que deu. Luta de classes e amor ao próximo, valor maior do cristianismo, são água e óleo. Daí a incompatibilidade intrínseca entre tais princípios e a falta de princípios do outro lado. Aquilo que Lênin recomendava, cinicamente: acuse seu inimigo daquilo que você é. Absorver tal (i)moralidade exige destroncamento cerebral. 

    Heidegger, que é reconhecido como filósofo de peso, lia em grego, em latim, era profundo conhecedor da obra de Aristóteles e da filosofia grega em geral. E isso sem mencionar os textos de São Paulo, Agostinho e Lutero. Quando jovem, queria ser padre, pois sua família era católica praticante. Ele fez, de fato, um alerta a ser levado a sério sobre os avanços desumanizadores da tecnologia moderna. Filmes recentes como “O Exterminador do Futuro” e avanços na robótica abrem as portas para um novo mundo com riscos potenciais na criação de uma sociedade de robôs, aquela queridinha de Stálin.

    Não é preciso muita imaginação para seguir o cordão umbilical entre Gramsci e o nazismo a despeito dele se assumir marxista. Ambos defendem a manipulação dos meios de comunicação para atender a intentos políticos que se revelaram desastrosos para a humanidade. Qualquer dúvida, basta lembrar da famosa frase de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, em que afirmava que uma mentira repetida mil vezes se tornava verdade. Gramsci não era tão truculento como Goebbels, mas o efeito final é muito parecido.

    Voltemos agora no tempo, meio milênio antes de Cristo, para examinar a figura de Confúcio. A filosofia dele pregava uma moralidade pessoal e governamental com procedimentos corretos nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. O compromisso fundamental do intelectual para ele era com a liberdade e a verdade, mesmo que para defendê-las corresse até risco de vida.

    Passados mais de 2400 anos, nos “Analectos”, ou “Diálogos de Confúcio”, ele foi ao âmago da questão do papel do intelectual, que jamais deveria colocar sua consciência à venda. Levando em conta que o filósofo é, sem dúvida, um intelectual, nem Gramsci, nem Heidegger passam neste teste. Ambos acabaram vendo no poder o mestre a ser servido. Ou dispostos a lutar, a todo custo, para implantar o sistema de poder que lhes parecia adequado. Eventuais titulações por universidades de renome não os redimem dessa falha desastrosa como seres humanos, mesmo que suas obras filosóficas tenham fôlego e servissem de alerta para certos riscos que a humanidade estaria correndo.

    No meu ponto de vista de economista e historiador, já que não sou filósofo, é que filosofias que conduzem a desvios de conduta deste porte jamais serão realmente merecedoras de nosso respeito integral. A implosão do comunismo na finada União Soviética deixou à mostra a fragilidade do sistema econômico posto em prática ao ignorar as recomendações de Adam Smith. Os resultados foram pífios. Diferentemente do nazismo, que só foi posto abaixo com guerra e armas de destruição maciças, a ex-União Soviética implodiu, tendo em vista os pés de barro que a sustentavam.

    A principal lição disso tudo é que o Brasil vive hoje uma situação político-social que deixa o país dividido. Manter a cabeça fria é fundamental, assim como adotar critérios de avaliação que levem em conta a preocupação de Confúcio com a liberdade e a verdade. Embarcar numa proposta econômica capenga e moralmente inaceitável, cujo futuro não é nada promissor, comandada por Lula, significa cair num vácuo moral e mesmo econômico nos próximos quatro anos. E talvez além.

    A visão de mundo conservadora que tem rumo na economia com o ministro Paulo Guedes, e se contrapõe às técnicas de manipulação de Gramsci, tendo à frente Bolsonaro, nos permite divisar um futuro bem mais promissor. No debate a que Lula faltou, e virou entrevista, no SBT, no dia 21 deste mês, Bolsonaro baixou a bola, reconheceu falhas e até pediu desculpas, coisa que Lula jamais fez. Mesmo quem vota em Lula, lá no fundo, sabe que ele continua mentindo e tem culpa no cartório.  Basta lembrar dos conselhos de Confúcio.

    Por fim, é bom relembrar do passado recente ao longo dos 13 anos em que o PT esteve no poder. É público e notório que o nós-contra-eles nasceu com o PT, visão decorrente da luta de classes como motor (enguiçado, é claro!) da História, que Lula disse ter aprendido com Marx. 

    (*)Nota: Link para um vídeo meu intitulado “A Enganação de Gramsci”, gravado no programa DOIS MINUTOS COM GASTÃO REIS, no meu canal no YouTube:

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