• GRAD relata dificuldades para encontrar abrigos temporários para os animais resgatados das chuvas dos últimos dias

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  • 26/mar 08:21
    Por Maria Julia Souza

    A forte chuva que atingiu Petrópolis, além de deixar centenas de pessoas desabrigadas, também deixou os animais sem ter para onde ir. Desde a última sexta-feira (22), o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD) tem realizado o resgate dos animais das localidades mais atingidas, encaminhando os que precisam de atendimento veterinário e levando outros para lares temporários. No entanto, o Grupo, que também atuou na tragédia de 2022, tem relatado dificuldades para encontrar locais que possam abrigar os animais.

    A coordenadora do GRAD, Carla Sássi, destaca a falta de preparo do município em encontrar um local temporário para abrigar os animais resgatados.

    “Em Petrópolis a gente tem a Coordenadoria de Bem Estar Animal. Os três funcionários da Cobea estão dando o ‘sangue’ para trabalhar, mas eles não tem estrutura nenhuma. Nem material de resgate, nem veículo adequado. Até porque o veículo deles está sendo utilizado para outras ações da Prefeitura, mas eles estão tentando fazer o que podem. Mas a Prefeitura não se preparou depois de 2022, mesmo com determinação, Ação Civil Pública do Ministério Público. O município não se preparou em nada, para ter um local para abrigar temporariamente os animais das pessoas atingidas”, destacou.

    Ela ainda conta que os custos com os animais que precisam de atendimento veterinário têm sido arcados pelo próprio GRAD.

    “Os animais que precisam de algum tipo de tratamento estão no Hospital Veterinário de Corrêas, inclusive os [animais] da família que faleceu estão lá também. O GRAD que está arcando com todo o tratamento desses animais, e outros [animais] nós estamos levando para lares temporários. Só que a demanda está gigantesca. Então a gente está nessa dificuldade, mais uma vez dependendo de favor das pessoas para darem lar temporário e a Prefeitura inerte, sem um local para que os animais das famílias sejam abrigados temporariamente”, contou Carla.

    Márcia Coelho, voluntária da ONG Dog’s Heaven, contou que a instituição também tem ajudado com a logística e doando ração. Mas destacou não ser possível abrigar os animais, por estar lotada. Atualmente, a ONG abriga cerca de 300 animais.

    “A gente absorveu muitos da enchente de 2022 e muitos que ficaram nas ruas abandonados. Então a Dog’s Heaven está dando um apoio logístico. Ontem fui para o Alto Independência encontrar o pessoal do GRAD e levei ração que a gente conseguiu arrecadar. Hoje levei cobertores”, contou Márcia.

    Ela ainda reforçou a dificuldade em encontrar lares temporários para os animais e que a sociedade civil e outras instituições da cidade tem se mobilizado para ajudar.

    “Os animais que estão sendo resgatados são os que a sociedade civil está conseguindo lares temporários. Ou seja, um grupo enorme de protetores independentes. A Dog’s Heaven e Irmão Animal estão ajudando esses grupos na logística, porque a gente não tem mais onde colocar esses animais. Tem muitos animais nas áreas quentes, que são as áreas afetadas, porque a Prefeitura não disponibiliza um lugar para levar esses animais”, explicou.

    Quem deseja oferecer um lar temporário ou contribuir com o GRAD pode entrar em contato com o Grupo através do Instagram.

    O que diz a Prefeitura

    Em nota, o município informou que ” a Coordenadoria do Bem Estar Animal (Cobea) está visitando diariamente as áreas onde houve deslizamentos para identificar e acompanhar os animais e também percorrendo os pontos de apoio e abrigos para onde foram levados por seus tutores. A Cobea informa que o número de animais nos centros de apoio foi instável e pequeno. A Cobea não faz resgate de animais.”

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