• Governo envia relógio de Dom João VI vandalizado em 8/1 para restauração na Suíça

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 08/jan 16:30
    Por Karina Ferreira, especial para o Estadão / Estadão

    Praticamente um ano após os atentados contra as sedes dos Três Podres, que resultaram em depredação aos prédios e às relíquias expostas nas Casas, o relógio de pêndulo de dom João VI foi enviado à Suíça no último dia 28 de dezembro para ser restaurado. A estimativa do Planalto é de que a obra de restauração leve um ano para ser concluída.

    Os reparos serão frutos de uma parceria entre os governos brasileiro e suíço, anunciada em fevereiro do ano passado, quando a ministra da Cultura Margareth Menezes disse ter recebido uma ligação da Embaixada do país europeu, que se solidarizou e ofereceu apoio para intermediar o conserto da peça.

    Procurada pelo Estadão para dar detalhes sobre como será a cooperação e estimativa de custos envolvendo os reparos, a Embaixada da Suíça não respondeu até o fechamento da matéria. O Planalto diz não ter essas informações.

    O homem que derrubou o relógio foi flagrado pelo circuito de segurança do Planalto. Antônio Cláudio Alves Ferreira foi encontrado em Uberlândia, no interior de Minas Gerais, e preso em 23 de janeiro de 2023. Além da peça ser derrubada no chão, uma pequena estatueta que ficava no topo dela e os números romanos foram arrancados.

    O objeto foi trazido ao Brasil pelo português em 1808 e ficava exposto no Palácio do Planalto. O relógio, que foi um presente da Corte francesa para Dom João VI, é uma das únicas duas peças do relojoeiro Balthazar Martinot existentes. A outra está no Palácio de Versalhes, na França, segundo o Planalto, mas possui a metade do tamanho do exemplar que foi vandalizado naquele domingo

    Segundo a ministra informou na época, o relógio possui muitas particularidades, como o tipo de material utilizado para sua confecção – casca de tartaruga – e inclusive chegou a afirmar que não sabia se a peça teria conserto.

    O mecânico de 31 anos autor do vandalismo segue preso no Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia e é réu por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

    Últimas