• Governo central tem déficit de R$ 38,836 bilhões em junho, afirma Tesouro

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  • 26/jul 11:06
    Por Fernanda Trisotto e Giordanna Neves / Estadão

    As contas do Governo Central registraram déficit primário em junho. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 38,836 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 60,983 bilhões em maio.

    O saldo – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o pior desempenho em termos reais para o mês desde 2023, – a série histórica do Tesouro foi iniciada em 1997. Em junho de 2023, o resultado havia sido negativo em R$ 45,223 bilhões, em valores nominais.

    O déficit do mês passado veio acima das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um resultado negativo de R$ 37,70 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast. O dado de junho ficou dentro do intervalo das estimativas, todas de déficit, que variavam de R$ 60,20 bilhões a R$ 20,030 bilhões.

    No acumulado do ano até junho, o Governo Central registrou déficit de R$ 68,698 bilhões, o pior resultado desde 2020. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 42,509 bilhões, em termos nominais.

    Em junho, as receitas tiveram alta real de 8,2% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre do ano, houve alta real de 8,5%. Já as despesas subiram 0,3% em junho, já descontada a inflação. No acumulado destes seis meses, a variação foi positiva em 10,5%.

    Em 12 meses até junho, o Governo Central apresenta déficit de R$ 260,7 bilhões, equivalente a 2,29% do PIB . Desde janeiro de 2024, o Tesouro passou a informar a relação entre o volume de despesas sobre o PIB, uma vez que o arcabouço fiscal busca a estabilização dos gastos públicos. No acumulado dos últimos 12 meses até junho, as despesas obrigatórias somaram 18,5% em relação ao PIB, enquanto as discricionárias do Executivo alcançaram 1,8% em relação ao PIB no mesmo período.

    Para 2024, o governo persegue duas metas. Uma é a de resultado primário, que deve ser neutro (0% do PIB), permitindo uma variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou menos, conforme estabelecido no arcabouço. O limite seria um déficit de até R$ 28,8 bilhões. A outra é de limite de despesas, que é fixo em R$ 2,089 trilhões neste ano.

    No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em julho, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 28,8 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 0,25% do PIB.

    Tesouro e INSS

    As contas do Tesouro Nacional – incluindo o Banco Central – registraram um superávit primário de R$ 6,063 bilhões em junho, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 129,524 bilhões.

    Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 44,899 bilhões no mês passado. No primeiro semestre de 2024, o resultado foi negativo em R$ 198,221 bilhões. As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 152 milhões em junho e déficit de R$ 269 milhões nos seis primeiros meses de 2024.

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