Governistas já admitem acionar STF contra processo de impeachment de Dilma
O vice-líder do PT, Paulo Pimenta (SP), já tinha dado os primeiros sinais de que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff deveria ser aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados e admitiu que os governistas pretendem acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar o impedimento da presidenta.
Pouco antes das 21h, quando a oposição já tinha conquistado pouco mais de 200 dos 342 votos necessários para a aprovação da matéria, Paulo Pimenta, no Salão Verde, afirmou que nem partido nem movimentos sociais reconhecerão um governo federal que terá à frente Michel Temer, “um político com menos de 1% das intenções de voto” dos brasileiros; e na vice-presidência Eduardo Cunha, “um réu da Lava Jato corrupto que abriu o processo de impeachment para se salvar da cadeia”. Pimenta se referia ao presidente da Câmara dos Deputados.
Segundo ele, a votação de hoje (17) “é apenas a primeira etapa” de um processo golpista em curso. “Não há nenhuma chance de um governo Temer-Cunha ter legitimidade. É um governo ilegal, ilegítimo, vai mergulhar o país numa profunda crise institucional, e isso deixará profundas cicatrizes na sociedade brasileira”, disse o deputado ao admitir que o partido já possui uma estratégia para o caso de o impedimento ser aprovado na Câmara.
“O STF não analisou o mérito e todos nós sabemos que não existe crime de responsabilidade. Todos nós sabemos que a presidenta Dilma não praticou nenhum crime. Vamos ao Senado, vamos ao STF e vamos às ruas com a convicção de que esse processo é um golpe patrocinado por uma pessoa que deveria estar na cadeia. Todos sabemos que não há nenhum, crime de responsabilidade. Sem passarem pelo voto popular, Temer e Cunha não terão condições moral nem política para governar o país. Dilma é vítima de um processo golpista criminoso. Um golpe pode ter 20, pode ter 50 votos, pode ter 350 votos, continua sendo um golpe.”, argumentou.