Glória a João!
Dezessete de julho, 2018, 10º ano do dormicio do amigo João Francisco. Rememorei o dia em que recebi a notícia que por mais tente não me acostumei com ela: A MORTE. Falecera o Desembargador JOÃO FRANCISCO. Fez-se silêncio, pairou no ar enorme tristeza e as lágrimas teimavam em rolar pela face esmaecida. Ainda que recorramos à formação religiosa, nossa fragilidade humana não esconde a dor ante o coração vazado pela lança da saudade. Nós nos visitávamos com frequência, nos falávamos ao telefone diariamente, como de costume, nutrido pelo entusiasmo, sapiência e amor do pai na benquerença, privilégio esse não somente meu, mas de outros tantos pupilos e admiradores do insigne brasileiro, notável Chefe de Família, professor, pensador, escritor, humanista e “speculum justitiae”. Cessou tudo! A cidade parou naquele dia! Atônita precisou recobrar seus ânimos e equilíbrio. Parecia não querer aceitar a realidade, porém, “consumatum est”, o Confrade JOÃO FRANCISCO faleceu. Veio-me à memória a imagem do Advogado brilhante, o Magistrado que honrou a toga, teses e obras publicadas, o magistério, a senda de realizações como Contador, Vereador, Deputado Estadual, Juiz Titular do II Tribunal de Alçada, do qual foi Vice-Presidente e Presidente da 1ª Câmara Cível, tendo em seguida galgado o honroso “munus” de Desembargador do TJ e seu 1º Vice-Presidente. São inúmeras as lembranças, no entanto a mais significativa era o seu Coração de Anjo a iluminar a todos que o rodeávamos. Faço um retrospecto e revivo a época da criação e fundação da Academia Petropolitana de Letras Jurídicas que, em 8-12- 2005 ele, junto ao Des. Luiz Felipe, seu filho, Des. Gama Malcher, Adv. Luiz Gutierrez, Pres. da OAB Hebert Cohn, Des. Antônio Izaias e Des. Miguel Pachá ajudaram-me a trazê-la à luz, concretizando assim meu sonho, hoje realidade. Recordo-me de seus três mandatos frente à tradicional Instituição Cultural. Semanalmente nos reuníamos para falarmos de nossos projetos e realizações em prol da Cultura Jurídica. Saudades de nossos encontros dominicais à missa das 11h30m em nossa gótica Catedral de São Pedro de Alcântara. O Desembargador JOÃO FRANCISCO não poupava elogios e estímulo a este operário da Justiça, nunca lhe faltando uma palavra de carinho e coragem. O Desembargador JOÃO FRANCISCO era o mais antigo Membro da A. P.L. em exercício, gloriosa Instituição que em agosto fez 96 anos de profícua existência e ele, 84 primaveras em 28-09- daquele ano. Dentre as inúmeras Arcádias que eram ornadas com seu brilho destacavam-se, também, o Instituto Histórico de Petrópolis, OAB e Academia de Educação. Era renomado expert das línguas portuguesa e espanhola dentre outras virtudes. Modelar esposo e pai. Aprendemos que morte só existe para aquilo que não é eterno e que “ninguém morre enquanto permanece vivo no coração da gente”. Quem crê em Jesus Cristo, a morte é o começo da felicidade eterna, é a libertação das amarras e grilhões terrenos. Não é o fim, mas sim o começo. É para todos, faz parte da vida. Desejo neste momento me unir em preces e louvores seus entes queridos e de tantos quantos o amam, e o amarão sempre, porque continuaremos a ser-lhe fiéis descansando na certeza de que o Filho Redentor nos prometeu que “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que houver morrido viverá” (Jô. 11,25). Estou convicto de que a Mãe Maria Santíssima o manterá em seus braços sob a proteção de Deus, Supremo Juiz que o acolheu na mansão celeste.