Giuliana Morgen: jovem petropolitana é representatividade dentro do ciclismo
A história das mulheres no esporte é longa e marcada por um constante processo de evolução, luta por espaço e respeito. Obviamente, quanto mais voltamos no tempo, maiores eram as desigualdades entre homens e mulheres em geral e, infelizmente, o esporte não fugiu da regra. Para se ter ideia, a primeira participação feminina em jogos olímpicos aconteceu em 1900, nos segundos jogos olímpicos – dentre os 1066 atletas de 19 países, apenas 12 eram mulheres.
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Felizmente, nos últimos 120 anos, as coisas mudaram bastante. Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, por exemplo, 45% dos atletas eram mulheres. Apesar da evolução, em muitos casos o esporte feminino ainda é menos valorizado do que o masculino não apenas na quantidade de praticantes, mas no próprio reconhecimento e retorno que o atleta tem com o seu trabalho.
Atualmente, boa parte dos esportes vem passando por uma grande discussão sobre valores desiguais em salários e premiações, um cenário que vem diminuindo mas ainda é bastante comum. A questão toda gira em torno da visibilidade e exposição dos patrocinadores, que em teoria seria menor no esporte feminino.
Porém, casos como o da jovem ciclista petropolitana Giuliana Morgen, atual bicampeã brasileira e bicampeã pan americana de Mountain Bike Cross-Country Olímpico (MTB XCO) na categoria cadete, são a prova de que talento e dedicação são capazes de gerar um resultado extremamente positivo. “Acho que estamos evoluindo em um bom sentido em relação à isso. Vejo que as mulheres estão se manifestando mais e os homens estão passando a “ter um olhar especial “ para nós”, comemorou a jovem atleta de apenas 16 anos.
Sempre que está presente em uma prova, Giugiu é constantemente assediada pelo público, com os atletas mais jovens, sejam eles mulheres ou homens, formando a maior parcela daqueles que vem conversar ou tirar uma foto com ela. Além disso, sempre que matérias sobre ela aparecem na mídia, as reações positivas são constantes, provando que a jovem ciclista já é amplamente reconhecida e admirada, servindo de exemplo para pessoas de todas as idades e sexos.
Dentre seus títulos, além das vitórias citadas acima, Giugiu ainda foi duas vezes campeã da Copa Internacional de MTB, uma das competições mais importantes do Brasil, além de inúmeras outras vitórias importantíssimas dentro e fora do país, como o Sea Otter Classic, importante competição realizada nos Estados Unidos. Em 2020, Giugiu competirá pela primeira vez na categoria júnior e seu maior objetivo da temporada é correr o Campeonato Mundial de MTB XCO, no fim de junho, na Alemanha.
Para isso, ela está encarando um constante processo de evolução, que envolve treinamentos constantes, provas cada vez mais desafiadoras e participação em diferentes modalidades do ciclismo. Este processo de evolução depende da postura do atleta, mas também do ambiente em que ele está inserido – no caso de Giugiu, a combinação destes fatores está dando certo.
A mesma coisa vale para quando falamos da representatividade de mulher no esporte: para que ela aumente cada vez mais, é preciso ter atletas de talento, apoiados por uma estrutura que permita que o trabalho gere resultados e visibilidade para o atleta e seus patrocinadores. “No ambiente do esporte em geral, sinto que ainda temos muito o que melhorar. Ainda temos muita desigualdade nesse meio, desde a questão de premiação, até mesmo respeito”, comentou a jovem atleta.
Nisso, Giugiu está repleta de razão. Mas, felizmente, existem atletas e pessoas que, assim como ela, servem de exemplo e provam que sim: o esporte feminino é um sucesso que promete seguir evoluindo, servindo cada vez mais como uma ferramenta de mudança social. Por isso, neste 8 de março e em todos os outros, parabéns para todas as mulheres!