Georgieva e Freeland enfatizam importância de foco nas mulheres na economia
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, e a vice-primeira-ministra do Canadá, Chrystia Freeland, realizaram debate virtual nesta sexta-feira, 30, no qual discutiram a importância de que as mulheres também estejam em foco, ao se desenhar políticas econômicas. As duas autoridades notaram que a questão ganha ainda mais importância diante da covid-19, que pesa desproporcionalmente sobre a parcela feminina da população. Georgieva lembrou que circula atualmente a expressão de que a recessão atual causada pela pandemia seria uma “shecession”, neologismo que funde as palavras em inglês “she” e “recession” para enfatizar o peso desproporcional sobre elas.
Georgieva questionou Freeland inicialmente sobre sua própria experiência, com três filhos. A vice-premiê canadense comentou que conciliar as esferas profissional e pessoal “tem sido duro”, sobretudo na questão da escola online para seus filhos, “especialmente para meu filho mais novo”, que tinha 10 anos no início da pandemia. Ela falou sobre políticas específicas do Canadá voltadas às mulheres, mas lembrou que isso gera um ganho geral na economia. Freeland citou por exemplo os ganhos na participação da força de trabalho e na economia em geral com investimentos em creches, para que as mães possam trabalhar.
Georgieva, por sua vez, se referiu a pesquisas do próprio FMI que também apontam de modo decidido para a importância da questão e para os ganhos potenciais de levar as mulheres em conta nas políticas voltadas para a economia. “Alguns dos melhores investimentos são em capital humano e na primeira infância”, lembrou. Ela comentou que está sendo criado um novo posto no Fundo, de assessor sênior para questões de gênero.