• GCMs suspeitos de extorsão a comerciantes na Cracolândia exigiam taxa em troca de proteção

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  • 06/ago 11:37
    Por Rayssa Motta, Pepita Ortega e Fausto Macedo / Estadão

    Uma força-tarefa formada por mais de mil agentes públicos está mobilizada desde as primeiras horas desta terça-feira, 6, em uma operação contra o crime organizado na Cracolândia e em outras áreas do Centro de São Paulo, região controlada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

    São cumpridos sete mandados de prisão, 117 de busca e apreensão, 46 de arresto, sequestro e bloqueio de bens e 44 de interdição de imóveis comerciais, todos autorizados pela 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.

    Os imóveis interditados serão lacrados, para evitar que retomem as atividades, informou a Secretaria de Segurança de São Paulo. São hospedarias, estacionamentos, ferros-velhos e lojas. Famílias que moram em alguns desses imóveis estão sendo removidas e encaminhadas para centros de acolhimento.

    ‘Ecossistema de atividades ilícitas’

    A Operação Salus et Dignitas – expressão latina que significa saúde e dignidade – mira uma rede de crimes que vai além do tráfico de drogas e inclui também o comércio ilegal e receptação de peças de carros, armas e celulares, exploração da prostituição, captação ilegal de rádios transmissores da polícia e submissão de pessoas a trabalho análogo ao escravo.

    Entre os alvos dos mandados de prisão estão guardas-civis metropolitanos suspeitos de extorsão a comerciantes na Cracolândia e da venda ilegal de armas. Eles cobrariam uma taxa em troca de “proteção”.

    Em nota, o Ministério Público de São Paulo afirma que o objetivo da investigação é desarticular um “ecossistema de atividades ilícitas, controlado pelo PCC, explorado por diversos grupos criminosos organizados e caracterizado pela violação sistemática aos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade”.

    Uma das primeiras conclusões dos investigadores é a de que, ao assumir o controle do território, o PCC consegue maximizar os lucros com a exploração de uma rede de atividades ilícitas.

    “O ambiente de desordem favorece a prática de atividades ilícitas, sendo os consumidores de entorpecentes, dentre outros, vítimas das organizações criminosas”, completa o comunicado do MP.

    Participam da operação promotores do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, e agentes do governo do Estado, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público do Trabalho.

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou as redes sociais para comentar a operação. “Vamos devolver o centro às pessoas”, disse no X.

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