Garcia sobre cracolândia: ‘Polícia para traficante e tratamento para dependente
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 4, que sua visão para a cracolândia é “polícia para traficante e tratamento químico para dependente”. Ele defendeu as ações policiais feitas em parceria com a Prefeitura este ano e disse que, apesar dos problemas causados pela dispersão de dependentes pela capital paulista, “é importante ter perseverança”.
“É natural, quando você faz operações, quando você dispersa esses dependentes químicos, isso incomoda parte da sociedade, mas tem dado resultado”, afirmou, argumentando que mais pessoas passaram a procurar tratamento depois que a aglomeração nos arredores da estação Júlio Prestes foi desfeita. “É a perseverança, é não desistir da cracolândia. Estamos nos empenhando ao máximo e o Estado de São Paulo tem apoiado a Prefeitura nessas ações”.
Ações policiais feitas a partir de maio geraram fluxo ambulante de usuários de crack em pequenos grupos por várias partes da capital paulista, principalmente no centro. Logo após desaparecer de sua localização usual, na estação Júlio Prestes, a aglomeração de dependentes migrou para a Praça Princesa Isabel e, em seguida, para outras partes da cidade, como a rua Helvétia.
Como mostrou o Estadão, o deslocamento do fluxo de dependentes químicos provocou tumulto e vandalismo em áreas da cidade. Na madrugada do dia 2 de junho, moradores do centro se assustaram ao presenciar um quebra-quebra contra estabelecimentos comerciais, residências e veículos em vias como a Avenida São João e a Avenida Duque de Caxias.
A cracolândia deve estar entre os principais temas da corrida eleitoral de São Paulo este ano. O problema é usado por adversários de Rodrigo Garcia como munição para desgastar sua pré-candidatura à reeleição. O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, costuma levantar o tema da segurança pública para criticar a gestão atual, enquanto Fernando Haddad (PT) já lamentou que, nas últimas ações policiais, os dependentes “não foram tratados como pessoas”.