• Galípolo: Agro explica parte da alta do PIB 2023 quase 3 vezes acima e com desinflação

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  • 01/mar 12:13
    Por Gustavo Nicoletta e Célia Froufe / Estadão

    O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que o forte desempenho do agronegócio ajuda a explicar por que o Brasil teve um crescimento três vezes maior que o inicialmente previsto no ano passado, acompanhado por desaceleração da inflação.

    “O agro consome menos hiato. Contribui entregando mais produção, ajudando no processo de desinflação”, disse Galípolo durante palestra no evento Hora da Retomada, promovido pelo Money Report, em São Paulo.

    Ele ressaltou, porém, que pode haver outros fatores ainda não percebidos contribuindo para o crescimento econômico e a desaceleração da inflação, e que explicariam a dificuldade em projetar o desempenho destas duas variáveis pelos especialistas.

    “Existem fatores que são próprios do Brasil, mas acho que tem fatores globais que precisam ser levados em conta nessa dificuldade de explicação. Não são surpresas só decorrentes do fato de que existe discrepância entre o que se previa e ocorreu, mas discrepância na correlação entre variáveis”, afirmou.

    As guerras, segundo Galípolo, podem ser um dos fatores que exerce um efeito ainda não inteiramente compreendido sobre a economia, assim como as tensões geopolíticas e seus efeitos secundários, como a alteração nas cadeias logísticas e produtivas.

    “A questão da guerra pode ter efeito mais duradouro, como o reshoring. As tensões geopolíticas passaram a influenciar decisões de investimento”, afirmou

    “Eu acho que nesse cenário de realocação das cadeias produtivas e de tensões geopolíticas, com as características que o Brasil tem e com o ciclo de política monetária nosso e dos países avançados, o Brasil tem bastante chance para se apresentar como um caso de eleição para recepção de boa parte desses recursos”, acrescentou Galípolo.

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