G20: OMC, Banco Mundial e FMI precisam de reforma para se adaptarem aos desafios, diz Vieira
Em seu balanço final sobre a reunião de chanceleres do G20 e países convidados, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, voltou a defender uma reforma ampla da governança global.
Ele disse que a grande maioria das lideranças do grupo, ora reunidas no Rio de Janeiro, concorda com as mudanças, que abarcariam a Organização das Nações Unidas (ONU) – o que passa pela composição do Conselho de Segurança – e outros mecanismos multilaterais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.
Após sessão acalorada ontem sobre conflitos, em especial os de Gaza e da Ucrânia, hoje, as 45 delegações presentes discutiram as mudanças dos organismos de cooperação globais, tema que Vieira definiu a jornalistas como “urgente e prioritário” para o Brasil.
“Todos (os países) concordaram quanto ao fato de que as principais instituições multilaterais, como ONU, Organização Mundial do Comércio (OMC), Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, entre outras, precisam de reformas para se adaptarem ao desafio do mundo atual”, disse Vieira.
Quanto à ONU, disse, houve consenso sobre a “essencialidade” da organização para a paz e a segurança e para a promoção do desenvolvimento sustentável.
“Todos mencionaram a necessidade de se conferir impulso às discussões sobre a reforma da organização (ONU), em especial do seu Conselho de Segurança, com a inclusão de novos membros permanentes e não permanentes, sobretudo de América Latina e África. As propostas nesse sentido precisam ser efetivamente debatidas e pretendemos impulsionar esse processo”, disse Vieira.
Sobre os bancos multilaterais de desenvolvimento e o FMI, também teria havido “grande convergência” sobre a necessidade de facilitar o acesso a financiamento de países pobres, assim como aumentar a representatividade do mundo em desenvolvimento em sua governança.
Na prática, Vieira e a maior parte de seus pares defendem que esses organismos se voltem mais aos países pobres, tanto com relação a desembolsos quanto a poder de decisão interno. Por fim, o ministro também mencionou a OMC e a urgência do restabelecimento do seu sistema de solução de controvérsias.