Fusão entre Fiat Chrysler e Peugeot: o maior grupo de vendas do Brasil
Anunciada em dezembro, a esperada fusão entre os grupos Fiat Chrysler (FCA) e Peugeot Citroën (PSA) criou o 4º maior grupo automotivo do mundo. O processo de união levará meses e muitas questões ainda estão sem reposta, mas, no Brasil, o novo grupo já é o líder de vendas com mais de 20,5% do mercado de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões). A nova empresa, ainda sem nome, terá metade das ações de cada companhia.
Segundo o futuro presidente-executivo do grupo, Carlos Tavares, eles manterão todas as suas marcas de veículos. Hoje a FCA tem: Fiat, Jeep, Dodge, Ram, Chrysler, Alfa Romeo, Maserati, Abarth e Lancia. Já PSA produz Peugeot, Citroen, DS Automobiles, Opel e Vauxhall. Juntas, as empresas fabricaram 8,7 milhões de veículos ano passado em todo o mundo, mas têm potencial instalado para produzir 14 milhões de unidades.
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Em termos econômicos, a fusão dos grupos vai gerar algo em torno de 3,7 bilhões de euros por ano. Já foi decidido também que o novo grupo terá sede administrativa na Holanda. Até o momento não existe nenhuma previsão e nem projeto para o fechamento de fábricas ao redor do mundo. O mercado brasileiro segue atento às definições. A PSA afirmou que ainda não é possível prever efeitos no mercado brasileiro, reforçando que o prazo para concluir a fusão é de até 15 meses.
Já Fiat Chrysler tem duas fábricas no país, uma em Betim (MG) – a maior do Brasil – e outra em Goiana (PE). A PSA produz carros em Porto Real (RJ).
No Brasil, qualquer processo de fusão feito tem que ser submetido ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). E isso não será diferente com a união entre FCA e PSA, independente do processo no exterior.
Grandes Fusões não são novidade
O surgimento de mais um gigante na produção automotiva só confirma uma cultura que se normalizou no mercado. A própria Fiat já passou pelo processo, quando integrou suas operações com a americana Chrysler(a união levou dez anos para se concretizar). E o grupo FCA, antes de fechar a parceria atual, tentou acordo com outra montadora francesa: a Renault. A proposta era muito similar, com 50% das ações de cada lado, e até 5 bilhões de dólares em economias anuais. Porém a operação foi abortada, entre outros fatores, pelas dificuldades internas da Renault. A francesa se viu às voltas com os desdobramentos da prisão de seu ex-presidente, Carlos Ghosn.
Outra parceria que chama a atenção é a da Volkswagen com a Ford. As marcas anunciaram uma aliança global que prevê o compartilhamento de plataformas para futuros veículos, mas não será exatamente uma união completa das empresas. Uma picape, baseada na Ranger, será vendida no Brasil, fruto da parceria.
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