Funcionários da GM em São Caetano do Sul entram em greve por reajuste salarial
Trabalhadores da General Motors de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, suspenderam a produção nesta sexta-feira, 1º, em protesto contra a intenção da empresa em adiar a reposição salarial da data-base de setembro para fevereiro e reduzir direitos dos funcionários, informa o Sindicato dos Metalúrgicos local.
A greve, por tempo indeterminado, ocorre pouco mais de um mês após a fábrica retomar atividades, em um turno, depois de quase três meses fechada por causa da falta de componentes eletrônicos e para realizar obras para a produção da nova picape Montana. O segundo turno foi retomado na última segunda-feira, 27.
A empresa confirmou a paralisação, que foi aprovada em assembleia dos funcionários na manhã desta sexta-feira, 1º. Em nota a GM informa que está fazendo todos os esforços para chegar a um acordo que seja bom para ambas as partes. “A empresa espera que a situação possa ser resolvida o quanto antes, com um acordo viável e sustentável, e que rapidamente as operações de nossa fábrica estejam totalmente normalizadas.”
No início da tarde ocorreu uma reunião de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mas não houve acordo. “A empresa queria que a greve fosse suspensa para depois retomar negociação e não aceitamos”, informa o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva.
Momento difícil na indústria
De acordo com Silva, a direção da GM propôs um acordo para dois anos, sendo que a reposição integral da inflação dos últimos 12 meses (de 10,4%) seria aplicada aos salários em fevereiro e, para 2022, a proposta era de pagar apenas metade do INPC em fevereiro de 2023. A GM também ofereceu vale-alimentação de R$ 350 a funcionários que ganham até R$ 4,43 mil e abono de R$ 1 mil a ser pago neste mês.
Os trabalhadores reivindicam a reposição salarial com base no INPC nos salários de setembro, aumento real de 5%, vale alimentação de R$ 500 a R$ 1 mil, dependendo do salário e participação nos resultados de R$ 18 mil, entre outros itens.
“Nós vemos com preocupação o momento difícil do setor, com falta de peças para a produção, mas os trabalhadores não têm mais com o que contribuir, e o que pedimos é praticamente para atender as necessidades do dia a dia”, afirma Silva.
O sindicalista diz ainda que se colocou à disposição da montadora para negociações no fim de semana, mas até o início da noite de hoje não foi marcada qualquer reunião.