• Fuga ao Nadir

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  • 04/09/2019 10:00

    É dom da dita espécie humana, que habita o planeta Terra, a sensibilidade. Ela é capaz de feitos notáveis como, em outra face da moeda-vida, ser agente de lamentáveis protagonismos que envergonham a sua inteligência – racional -, como assim a tal espécie se autodenomina.

    Racional – da razão, do pensamento crítico, do comportamento sensível diante dos acidentes que brotam dos solos esgotados por tantos pisoteares que vêm milenarmente das caminhadas, tropeços, tragédias inesgotáveis, caminhantes, lado a lado das ânsias do viver e sobreviver a qualquer preço.

    A razão esbordoa-se, destarte, e deixa caminho à barbárie, que pode ser cruenta – as guerras – ou como as ações de paz que subjugam e eliminam pensamentos lúcidos do bem viver, a troco das vantagens pessoais que repudiam os preceitos da cordialidade. Instala-se o pensamento político que comanda a exceção, em tudo contrário aos princípios definidores da sociedade do viés familiar.

    Desfilam nas ruas tropas em belicosidade extrema tanto dos grupos de protesto, quanto das brigadas dos cassetetes, das bombas de gás, dos bólidos de borracha, tiros e violências aquecedoras dos asfaltos da insensatez. Facínoras mascarados depredam, machucam, exercem o lado mais negativo do despreparo oriundo dos berços em conflito com o abandono social.

    Do alto das esplanadas dos enricados de malícia e caráteres duvidosos, surgem políticos nefastos aliados a empresariados corruptores, sentados à direita dos poderosos de plantão, prontos aos investimentos que oprimem e empobrecem a massa humana pungueada de seus direitos à educação, em favor das sinecuras em depósito nos corações desprovidos de qualquer prurido de honestidade.

    A vida vai em frente – viver é preciso! – e as soluções inteligentes não florescem, não se identificam com as necessidades mínimas dos humanos, arrastados pelos caminhos de uma irracionalidade desumanamente desprovida de pensamentos coerentes e lúcidos em favor da sociedade humana que naufraga nas embarcações acumuladas de refugiados, como falecem sob encostas de lama e lixo nos tsunamis do desamor.

    E queimam florestas e se golpeiam os inocentes e se subtraem as esperanças, sob as imagens televisivas que contam as mesmas histórias de sempre e mostram aos bandidos as artimanhas que podem utilizar para oprimir a sociedade. Uma escola do crime para cabeças isentas de massa de boa modelagem, nesse caminho para onde está sendo conduzida a humanidade e cujo nadir desenha-se em cataclismo final.

    E, por favor, digam os cientistas a data fatal para que eu consiga me preparar e fugir para onde não sei.

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