• Frequentadores do Restaurante Popular cobram agilidade nas obras do espaço

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  • Local segue entregando diariamente as refeições. No entanto, em obras desde 2022, os frequentadores se espalham por diferentes pontos da cidade para realizarem as refeições

    28/07/2023 13:00
    Por Helen Salgado

    O Restaurante Popular Regina de Lurdes Pereira, no Centro, está fechado para refeições no local desde o dia 24 de março do ano passado, devido a obras. A demora nas intervenções vem gerando indignação dos frequentadores do espaço, já que sem o local, precisam buscar alternativas para a realização das refeições, e em muitas das vezes, acabam fazendo das ruas o seu refeitório.

    Vale destacar que antes das obras iniciarem, já não era possível comer no local por conta da pandemia da COVID-19. Agora, as intervenções no espaço impedem que os frequentadores utilizem o espaço.

    Para uma das clientes assíduas do restaurante, que preferiu não se identificar, é incômodo não ter aonde comer. “A gente que não tem um local para tomar café direito, tem que ficar andando com copo e pão na mão, sentar pelas calçadas… Na hora do almoço é a mesma coisa”, diz.

    Para ela, que vai até o local de segunda a sexta-feira na parte da manhã, é perceptível a quantidade de pessoas procurando um local para a refeição. “Sendo que o restaurante foi feito para isso. A pessoa entrar, sentar, comer com dignidade. Sempre foi tudo muito organizado, tudo muito limpinho, não tem o que falar disso”, ressalta.

    Foto: Helen Salgado/Tribuna de Petrópolis

    A frequentadora do local ainda conta que a dificuldade das pessoas com deficiência em comer na rua é ainda maior. “Vi um senhor que tinha um braço amputado. Na hora de tomar o café, tinha um outro senhor o ajudando. Ou seja, duas pessoas de idade com café quente na mão, com risco de virar, com uma delas não conseguindo segurar o copo, abrir o pacote de pão e segurar ambos para se alimentar”, comenta.

    Para a aposentada Zélia Ferreira, que esteve no restaurante nesta sexta-feira (28), e costuma usá-lo com frequência, seria ótimo reabrir o espaço para as refeições. “Eu quero que abra lá em cima, porque lá a gente tem salada, duas opções de carne para a gente comer e a gente ganha suco, tem sempre uma fruta pra gente e lá é muito melhor”, afirma.

    Zélia ainda diz que vê, frequentemente, pessoas comendo perto de bichos nas ruas. “É muito vergonhoso para a nossa cidade”, finaliza.

    Já a camelô Francisca de Fátima, diz que seria viável ter as opções de comer no local ou levar a quentinha. “Quem não trabalha, come lá em cima. Quem tem trabalho, seria melhor pegar a quentinha e vai comer no nosso trabalho”, sugere.

    Ela é cliente do restaurante desde que abriu e conta que gosta da opção de levar a comida para comer onde quiser, mas entende que nem todos têm aonde se alimentar.

    O local serve 3,1 mil refeições diárias, entre café da manhã, almoço e lanche da tarde a preço popular para todos. De acordo com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, atualmente, são dez unidades em operação em todo o estado com fornecimento de 23 mil refeições diárias.

    O que diz o Estado

    A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos informou que, durante as obras em 2022, foi detectado um vazamento no telhado do prédio anexo e por isso foi necessária uma nova intervenção, desta vez um pouco mais demorada. Antes destas obras era possível comer no local. Assim que possível, o Restaurante do Povo será liberado para os usuários.

    A pasta ainda informou que a obra estava sendo concluída, quando foi necessário fazer uma nova licitação para a contratação de uma empresa para a reforma do telhado e reparos da parte danificada. A expectativa é que todo o serviço esteja finalizado até o fim de agosto.

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