• Forças de segurança matam manifestantes contrários a golpe em Mianmar

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 03/04/2021 15:24
    Por AE / Estadão

    Forças de segurança abriram fogo contra manifestantes contrários ao golpe militar instaurado em Mianmar em 1º de fevereiro, matando pelo menos duas pessoas, segundo a imprensa local. Outras sete pessoas ficaram feridas no tiroteio, das quais duas com ferimentos graves, que foram levadas sob custódia por soldados. Na sexta-feira à noite, policiais à paisana prenderam cinco pessoas depois que conversaram com um repórter da CNN em um mercado em Yangon, conforme informações da mídia local, citando testemunhas.

    Grupos de direitos humanos reportam que o aumento da violência desde a tomada militar em fevereiro matou pelo menos 550 civis. Destes, 46 eram crianças, segundo a Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos de Mianmar; 2.751 pessoas foram detidas ou condenadas.

    As ameaças e prisões não têm sido suficientes para conter as manifestações diárias em Mianmar exigindo a renúncia militar e o restabelecimento do governo democraticamente eleito. O golpe reverteu anos de lento progresso em direção à democracia no país do sudeste asiático.

    Mais de uma dúzia de grupos minoritários buscaram maior autonomia do governo central por décadas. Os principais, incluindo Kachin, Karen e o Exército Rakhine Arakan, denunciaram o golpe e disseram que defenderão os manifestantes em seus territórios. A União Nacional Karen divulgou comunicado condenando “bombardeios e ataques aéreos ininterruptos” contra vilarejos e “civis desarmados” em sua terra natal ao longo da fronteira com a Tailândia.

    “Os ataques causaram a morte de muitas pessoas, incluindo crianças e estudantes, e a destruição de escolas, residências e vilas. Esses atos terroristas são claramente uma violação flagrante das leis locais e internacionais”, disse o grupo em um comunicado. Em áreas controladas pelos Karen, mais de uma dúzia de civis foram mortos e mais de 20 mil deslocados desde 27 de março, de acordo com o Free Burma Rangers, uma agência de socorro que opera na região.

    Na sexta-feira, os militares de Mianmar fecharam todos os links de acesso à Internet, exceto os que usavam cabo de fibra ótica, que trabalhavam em velocidades drasticamente reduzidas. O acesso a redes móveis e sem fio permaneceu bloqueado no sábado. Fonte: Associated Press.

    Últimas