• Focinho de urna

  • 28/08/2018 13:00

    Quem, lá de cima do Eleitoral, autorizou a inserção de um plebiscito doméstico colado no pleito para escolha dos maiores escalões da república?  Uma eleição nacional e complexa, é o que é! Usando velho chavão: misturaram alhos e bugalhos. Quem poderá compreender um despautério de tão enorme tamanho e inadequado?

    No dia do pleito será exigido dos eleitores conhecerem os números de todos os candidatos a serem sufragados, num total de 5 (cinco): presidente da República e seu vice (1 voto só), senador e seu vice (1 voto só), deputado federal, deputado estadual, governador do Estado. E tudo na balbúrdia do excesso de partidos e um número extraordinário de postulantes. Loucura, gente!

    Terão os eleitores petropolitanos, além de tudo o mais, que apertar teclinha de um “sim” ou de um “não” em uma pergunta relacionada às “vitórias”, seus condutores e combustíveis movidos a capim. (Para os menos esclarecidos, ajudo: os cavalos que garantem, por tração animal, a força impulsionadora dos veículos).

    Uma outra indagação a ser respondida remete a todos à dúvida maior: os charreteiros poderão comparecer às urnas em seus veículos ou a presença das “vitórias” próximas às seções eleitorais significarão “focinhos de urna”?

    Um engraçadindo de plantão fica perguntando se os cavalos irão fazer este “focinho de urna” ou também estarão impedidos de tal artimanha, por lei exclusiva para os racionais. Certamente o farão porque a lei é omissa quanto ao “focinho de urna” mas proibe a “boca de urna”.

    Focinho ou boca o certo é que não deveriam postulações em favor ou contra os irracionais estarem nas maquinetas de votação lado a lado com os racionais, embora alguns saibam que muitos não são racionais e ficam, mesmo, a dever lucidez aos irracionais.

    Diante do exposto, vê-se claramente como estamos confusos com relação à eleição mais surrealista de toda a nossa história porque, como já afirmei em outra crônica – o tabuleiro é o mesmo e as peças são as mesmas de sempre, com alguma mudança nos jogadores, já não tão preparados como nos tempos do Mequinho. E o cavalo passa a ser a peça de importância maior que o rei, a rainha, a torre e coisa e tal. Xeque-mate na birutice total dos políticos, seus eleitores e a indigência cultural glacial que viceja por aqui e por lá.(Este por lá significa lá em cima).

    Se algum leitor conseguiu chegar até aqui, deve estar me taxando de insano por tratar de tema – por ele só, maluco, porém permita que faça estas ponderações, como se fosse uma crônica humorística, partindo do fato de que nosso país, do jeito em que se encontra, não merece que votemos em ninguém desses encastelados e em poucas escolhas de muito pouco dos novos, cheios de sonhos, porque, pelo menos em Petrópolis, misturaram tudo, deixando, como mais adequado, o voto em favor dos equinos empregados, para que não sejam incluídos nas estatísticas medonhas dos desempregados, no caso da eliminação das “vitórias”.


     


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